O local guarda restos mortais provenientes dos séculos 12 e 14
Vanessa Centamori Publicado em 11/03/2020, às 12h05 - Atualizado às 12h06
Arqueólogos do Instituto de Pesquisas Arqueológicas Preventivas (Irap), da França, descobriram as ruínas de um cemitério judeu da Idade Média. Foram encontrados no local um total de 46 túmulos, datados entre os séculos 12 e 14.
As escavações ocorreram em um terreno privado e terminaram em dezembro de 2019. Elas foram um complemento de uma outra jornada arqueológica, que ocorreu a poucos metros de distância, em 1997, lideradas pelo pesquisador Philippe Blanchard, do Irap.
Na época, os arqueólogos encontraram 10 túmulos de crianças com idades que iam de 6 a 8 anos. Por falta de alguns vestígios arqueológicos, o estudo ficou em aberto: não era possível ter certeza se de fato aquele era o local preciso do espaço funerário para judeus.
Finalmente, os pesquisadores conseguiram confirmar que se trata de um cemitério. Agora, eles entenderam que o espaço serviu para enterrar membros da comunidade judaica de Castelroussin. O ordenamento dos corpos foi o que apontou para essa informação.
“O importante é o arranjo das mãos. Vimos que um falecido tem as mãos ao longo do corpo, nas coxas. Em todos os cemitérios judaicos que estudei na Europa, todas as escavações realizadas sempre mostraram essa posição das mãos ", disse Blanchard, ao Portal Paris Match.
Os túmulos estavam organizados em fileiras paralelas e os enterros eram feitos muito próximos um dos outros. Como as comunidades judaicas medievais acreditavam em ressurreição, os corpos estavam intactos para uma nova vida após o óbito. Esse fato forneceu pistas importantes aos pesquisadores, mas ainda faltam algumas informações relevantes.
“A melhor evidência teria sido encontrar caracteres hebraicos. No momento, não temos isso”, explicou Blanchard. Resta agora analisar as ossadas em laboratório para determinar a idade, o sexo, e o estado de saúde que os judeus tinham quando morreram na Idade Média. Todos os restos mortais serão enterrados em um cofre na praça israelita do cemitério de Châteauroux, onde estão os esqueletos escavados em 1997.
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