“Logo que a Hebe falou isso, foi lançada a prisão preventiva dos meus pais”, diz Ricardo Shimada
Fabio Previdelli Publicado em 22/11/2022, às 16h34
Após 28 anos, o caso Escola Base, considerado uma das mais polêmicas coberturas jornalísticas do Brasil, voltou a chamar a atenção do público após a estreia do documentário "Escola Base – Um repórter enfrenta o passado", na GloboPlay.
Em 1994, Icushiro Shimada e Maria Aparecida Shimada, donos da Escola de Educação Infantil Base, e alguns funcionários do centro estudantil, foram acusados injustamente de abusar sexualmente de alunos.
Em entrevista ao Splash, do UOL, Ricardo Shimada, filho do casal, relembrou como foi a repercussão do caso na época. Para Ricardo, um episódio em especial lhe marcou: quando a apresentadora Hebe Camargo falou sobre seus pais na televisão.
"Os paulistanos estarrecidos aguardam o desfecho do caso das crianças que teriam sido violentadas na Escola de Educação Infantil Base. Na minha cabeça não entra uma coisa dessa. Se comprovados tais fatos, exige punição pesada e exemplar. Gente, eu sinto asco só de pensar que isso poderia ter acontecido. Ave Maria. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém", disse Hebe na época.
Porém, Ricardo se lembra que a fala da apresentadora foi além dessas aspas, o que lhe traumatizou para sempre. "Eu não sei se eles [os produtores da série] não acharam todo o arquivo original, mas ela [a Hebe] pediu a morte dos meus pais”.
Nesse dia que a Hebe falou disso, a minha mãe sofrera um derrame no olho por todo o estresse que já estava passando e ela estava num oftalmologista. Logo que a Hebe falou isso, foi lançada a prisão preventiva dos meus pais. Na hora, eu liguei para eles e mandei eles irem embora porque seriam presos”, continua Shimada.
Em 2020, Ricardo Shimada concedeu uma entrevista exclusiva à equipe do site do Aventuras na História, onde revelou que seus pais nunca superaram os traumas da cobertura jornalística, mesmo após serem inocentados. Leia a entrevista completa clicando aqui!
“A vida não foi mais a mesma, minha mãe por exemplo, não podia escutar uma chamada da Globo", explica Shimada. "Ela ficou depressiva até o fim de sua vida, mesmo comigo e meu pai tentando reanimá-la. Mas a maioria das vezes, tudo foi em vão”.
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