Espécie de caramujo é destruidora de plantas e pode até mesmo causar meningite em humanos; erradicação da espécie deve demorar anos e custar rios de dinheiro
Fabio Previdelli Publicado em 28/07/2022, às 11h28
Em junho deste ano, as autoridades norte-americanas passaram a conviver com um visitante indesejado; isso porque, na Flórida, passou a ser constatada a presença de caramujos-gigantes-africanos. Além de destruir plantas nativas, a espécie também pode hospedar vermes que afetam os humanos.
"Eles são perigosos para a nossa saúde porque carregam parasitas (Angiostrongylus cantonensis) que causam meningite em humanos", explicou Nikki Fried, comissária de Agricultura da Flórida, em entrevista.
Também consomem pelo menos 500 plantas diferentes, tornando-os uma clara ameaça aos nossos espaços agrícolas e naturais”, completou.
Segundo a BBC, diversos cães farejadores foram treinados para encontrarem os caramujos invasores — mas não pegá-los com a boca. Desde que a espécie foi detectada na Flórida, cerca de 1,4 mil caracóis já foram encontrados, entre vivos e mortos.
Um ponto que causa preocupação e põe a situação ainda mais em prontidão é a capacidade de reprodução da espécie, segundo aponta Jason Stanley, biólogo do Departamento de Agricultura da Flórida.
“Um caramujo-gigante-africano pode colocar até 2 mil ovos por ano”, diz.
Além disso, o histórico de combate aos invasores não é nada animador. Em 1960, por exemplo, quando a espécie "invadiu" o país pela primeira vez, foi gasto um milhão de dólares para erradicar a espécie do país, o que demorou sete anos. Já na segunda vez, em 2010, os caracóis sumiram depois de uma década e sob custo de 23 milhões de dólares.
Além da parte financeira, o caramujo-gigante-africano pode causar danos aos humanos, visto que a espécie é capaz de hospedar vermes pulmonares de ratos que, caso cheguem às pessoas, podem causar meningite.
"Normalmente, não afetam as pessoas. Mas se acidentalmente entrarem em seres humanos, esses parasitas podem se perder e acabar em lugares nos quais podem causar muitos danos, como dentro dos globos oculares ou mesmo no cérebro", explicou o professor do Departamento de Entomologia e Nematologia da Universidade da Flórida (EUA), William Kern.
Se você vir um desses caracóis, não toque nele. Ligue para nós. Eles carregam doenças como meningite", completa Fried. "O mais importante é não comê-los. Esse não é um caracol para ser frito na manteiga, óleo e alho."
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