Itens de valor entregues pelo governo da Arábia Saudita ao ex-presidente Jair Bolsonaro ficaram mais de um ano sob custódia do Ministério de Minas e Energia
Redação Publicado em 07/03/2023, às 16h43
Caneta, um par de abotoaduras, relógio, anel, um rosário, foram esses os itens presentes na caixa de joias que foram entregues pelo governo da Arábia Saudita e tinham como destino o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Os itens da marca suíça Chopard ficaram guardados em cofre do Ministério de Minas e Energia por mais de um ano antes de chegar ao acervo da Presidência da República, informaram os assessores de Bento Albuquerque, ex-ministro da pasta, ao O Globo nesta terça-feira, 7.
Segundo a matéria, as joias entraram em solo brasileiro em meados de outubro de 2021. O que chama a atenção, porém, é que os itens não foram declarados por Bento Albuquerque, que os trouxe em um estojo dentro de sua bagagem pessoal.
Quando se trata de um presente entre governos, esse tipo de material é despachado como bagagem diplomática. Importante ressaltar que cargas dessa natureza não sofrem tributações.
Ainda conforme informado pelo O Globo, a caixa com os itens só chegou ao acervo da Presidência da República em novembro de 2022, pouco mais de um ano depois. Durante todo esse período, as joias estavam sob custódia do Ministério de Minas e Energia.
O Gabinete Adjunto de Documentação Histórica do Gabinete Pessoal do Presidente da República recebeu um recibo da entrega da caixa informando que os objetos eram “destinados ao Presidente da República Jair Messias Bolsonaro”.
Por conta disso, Bento Albuquerque não só será intimado pela Receita Federal como poderá ser multado por entrar no país com as joias sem sua devida declaração de bens.
Entretanto, o órgão ainda não fez uma avaliação pública sobre o valor dos itens. Sabe-se, porém, que o primeiro pacote com conjunto de joias e relógios enviados nas mesmas condições estão avaliados em 16,5 milhões de reais.
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