Lina Bo Bardi, arquiteta famosa - Steve Magal / Wikimedia Commons
Cultura

Biografia inédita sobre Lina Bo Bardi é lançada no Brasil

“Lina Bo Bardi – o que eu queria era ter história”, de Zeuler R. Lima, apresenta a trajetória completa da ilustre arquiteta que marcou a História

Victória Gearini | @victoriagearini Publicado em 07/05/2021, às 11h05

Nesta sexta-feira, 7, chega às livrarias brasileiras, pela editora Companhia das Letras, a ilustre biografia “Lina Bo Bardi – o que eu queria era ter história”, escrita por Zeuler R. Lima, curador e professor da Universidade de Washington. A obra retrata a vida de Lina, uma corajosa mulher que deixou um legado inestimável para a história da arquitetura.

Nascida em 1914, em Roma, Lina Bo Bardi passou a vida lutando pela sua independência e reconhecimento pessoal. A arquiteta veio a óbito em 1992, em São Paulo, mas ficou marcada na história pelas suas diferentes visões de mundo.

Lina Bo Bardi – o que eu queria era ter história, de Zeuler R. Lima (2021) / Crédito: Divulgação / Companhia das Letras

Ao longo de 20 anos, o biógrado Zeuler R. Lima pesquisou a vida completa da artista, apresentando nesta memorável obra detalhes sobre a personalidade cativante da ilustre arquiteta.

Em primeiro lugar na lista de mais vendidos na Amazon, na categoria Arquitetos de A a Z, a obra encontra-se disponível na plataforma em formato Kindle e capa comum. Além disso, conta com a bela arte de capa de Luciana Facchini.

Confira abaixo um trecho de “Lina Bo Bardi – o que eu queria era ter história” (2021):

Do lado de fora dos tapumes de madeira compensada que cercam o cantei­ro de obras do Museu de Arte de São Paulo (MASP), o fluxo barulhento dos carros na avenida Paulista ecoa o ritmo da cidade, cada vez mais frenético. Eram meados da década de 1960, e a economia de São Paulo estava em pleno vigor. Um dos carros desacelera próximo à calçada e estaciona. Em silêncio, a passageira do banco da frente pega sua bolsa, põe os óculos escuros, abre a porta e pisa o meio­-fio de granito vestindo botas de trabalhador e roupas pretas impecáveis, que contrastam com a luminosidade do sol tropical. Do outro lado dos tapumes, o mestre de obras subitamente chama a atenção da equipe. Uma agitação repenti­na, seguida de correria, toma o canteiro ao som de seu grito:

“A mulher chegou!”

O segurança a conduz à floresta espetada de pontaletes de eucalipto, andai­mes de madeira, barras de aço e concreto. Pouco a pouco, volta-se a ouvir o ba­rulho vindo das profundezas do terreno escavado, e o portão se fecha devagar, rangendo, atrás dela.

Bardi, ajudara a criar em 1947, apenas um ano após partirem de sua Itália natal e chegarem ao Brasil. Conhecida por seu temperamento audacioso e irascível, Lina foi a arquiteta responsável pelo icônico projeto, concluído em 1968.

A visita de Lina Bo Bardi ao canteiro ocorria em geral de manhã bem cedo, enquanto os pedreiros se preparavam para a longa jornada de trabalho. A missão deles era construir o edifício permanente do museu que seu marido, Pietro Maria.

Na construção, com muito trabalho a ser feito e com inesperadas mudanças técnicas, que distanciaram o projeto das intenções iniciais da arquiteta, os operá­rios ficavam apreensivos diante dos inúmeros desafios práticos apresentados por um projeto daquele porte. Ainda assim, nada se comparava ao presságio daquele grito matinal, anunciando a aproximação de Lina ao canteiro.

Ao perceber o drama desencadeado por sua chegada, ela foi tomada por grande satisfação. Na época, quem lhe contou sobre o alvoroço dos pedreiros foi Cacilda Becker, a grande dama do teatro brasileiro, que costumava ouvir o aviso matinal do mestre de obras da janela de seu apartamento, com vista para onde estava sendo construído o MASP. Lina se deliciava em dizer, com seu tom tipica­mente mordaz: “Me chamavam ‘a mulher’, e aí era um corre-corre, uma coisa tremenda!”.


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