Profissional recriou rosto de mulher que viveu durante a Idade do Bronze e pertenceu ao povo Beaker
Giovanna Gomes Publicado em 25/09/2023, às 08h35
O artista forense Oscar Nilsson realizou a notável reconstrução facial de uma mulher que viveu há cerca de 4,2 mil anos, durante a Idade do Bronze, na região atual da Escócia. Este feito foi divulgado recentemente pelo site Live Science em 24 de setembro.
Conhecida como a "mulher Upper Largie", esta figura histórica faz parte das primeiras gerações de imigrantes do povo Beaker que chegaram às Ilhas Britânicas e contribuíram para a cultura e a mistura genética da região.
Segundo Nilsson, a mulher provavelmente tinha entre 20 e 30 anos de idade quando faleceu. Sua vida, entretanto, parece ter sido curta e difícil, pois análises sugerem que ela sofria de desnutrição, apesar de residir em local próximo ao mar.
Embora as cores de cabelo, pele e olhos da "mulher Upper Largie" ainda sejam desconhecidas, a reconstrução facial revela uma figura com cabelos escuros trançados e vestindo roupas feitas de pele de veado. De acordo com a revista Galileu, a arte de aproximação facial foi exibida pela primeira vez em 3 de setembro no Museu Kilmartin, na Escócia.
Os restos mortais desta mulher foram descobertos em uma pedreira em 1997. Análises posteriores dos ossos e dentes permitiram estimar sua idade no momento da morte, revelando que ela enfrentou períodos de doença e escassez de alimentos em sua vida.
Apesar de pesquisadores não terem conseguido extrair seu DNA para determinar detalhes como a cor dos olhos, a presença de fragmentos de cerâmica Beaker em seu túmulo sugere que ela pertencia à cultura Beaker, também conhecida como "cultura do vaso campaniforme". Essa cultura teve origem na Europa Central, com raízes ancestrais nas estepes da Eurásia.
Para realizar a reconstrução facial da "mulher Upper Largie", o crânio foi escaneado por tomografia computadorizada (TC) e depois impresso em 3D na Escócia.
No entanto, Nilsson enfrentou desafios, já que a mandíbula estava ausente e o lado esquerdo do crânio estava fragmentado. Ele reconstruiu essas partes, levando em consideração idade, sexo, peso e etnia. Com base em referências modernas, ele esculpiu a reconstrução, usando medidas de tecidos e estacas para determinar a profundidade do tecido facial.
Os restos mortais da mulher foram reenterrados no mesmo local e orientação em que ela provavelmente foi enterrada há cerca de 4 mil anos, mantendo assim uma conexão com seu passado e história. A informação foi confirmada por Sharon Webb, diretora e curadora do Museu Kilmartin.
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