Gravura rupestre representando cobra - Divulgação/Philip Riris
Arte rupestre

Arte rupestre encontrada na América do Sul pode datar de 2 mil anos atrás

Série de arte rupestre com representações de cobras mapeada por pesquisadores teria sido pensada para ser vista à distância

Giovanna Gomes Publicado em 04/06/2024, às 09h31

Um novo estudo publicado nesta terça-feira, 4, na revista Antiquity aponta que a disposição de uma série de gravuras rupestres encontradas na Venezuela e na Colômbia teria sido intencional e projetada para que fossem vistas à distância.

Situadas ao longo do Alto e Médio Rio Orinoco, que serpenteia por essa região da América do Sul, as gravuras estão posicionadas ao longo da rota de uma importante via comercial e de viagem.

"Uma interpretação é que havia algum aspecto da territorialidade em jogo", disse Philip Riris, professor sênior de modelagem arqueológica e paleoambiental da Universidade de Bournemouth, na Inglaterra, ao Live Science. "Foi uma forma de marcar o território deles e dizer que esse é o nosso domínio", declarou o autor principal do estudo.

A autoria das gravuras maciças permanece incerta para os pesquisadores. Eles, no entanto, têm ciência de que certos temas, como a representação de cobras como jiboias e sucuris, "desempenharam um papel importante nos mitos e crenças da população indígena local", conforme destacado em um comunicado da revista Antiquity.

"Anacondas e jiboias foram associadas à divindade criadora de alguns dos grupos indígenas que vivem na região", apontou Riris. "As cobras também são conhecidas por serem letais; Talvez essa fosse uma forma de avisar os forasteiros de que estavam entrando no domínio da cobra."

Figuras semelhantes

Segundo o Live Science, uma gravura em particular chamou a atenção dos pesquisadores por conter uma figura semelhante a um desenho rabiscado em um pedaço de cerâmica encontrado no local durante uma escavação anterior.

"Uma pequena urna recuperada de uma caverna em uma das encostas está decorada com uma cobra semelhante", disse Riris. "É possível que alguém tenha copiado o que estava vendo em uma das paredes. Mas a minha sensação é que quem fez [a urna] foi contemporâneo de quem fez a arte rupestre."

Caso a hipótese esteja correta, a arte rupestre em questão teria aproximadamente 2.000 anos, de acordo com os pesquisadores.

+ Confira aqui o estudo completo.

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