Documentos revelados pelo MI5, serviço de inteligência britânico, sugerem que a rainha Elizabeth II não soube sobre espião na casa real por nove anos
Éric Moreira Publicado em 14/01/2025, às 10h00
Recentemente, o MI5 — o Serviço de Inteligência britânico — divulgou novos documentos que lançam uma nova luz intrigante sobre como os serviços de segurança mantiveram como segredo, até mesmo da rainha Elizabeth II, que um historiador da arte e notório membro da casa real era um agente duplo soviético.
Durante quase 10 anos, a monarca não soube dessa faceta de Anthony Blunt, mesmo que ele já o tivesse confessado. Membro do notório grupo de espiões Cambridge Five, Blunt confessou ser um agente duplo soviético em abril de 1964; mas os registros divulgados recentemente indicam que a rainha Elizabeth só soube disso em 1973.
Conforme repercute o The Guardian, os arquivos, que agora foram liberados para o Arquivo Nacional, indicam que o então secretário particular da rainha, Michael Adeane, foi informado sobre os questionamentos do MI5 em torno de Blunt em 1964, mas só soube da confissão real em 1967.
Os novos arquivos parecem questionar a narrativa anteriormente divulgada em diferentes reportagens de mídia e em livros, que alegavam que a rainha havia sido informada logo após as confissões. Foi anos após Elizabeth descobrir que, em 1979, Margaret Thatcher finalmente tornou essa confissão em pública.
Essas revelações chamam atenção, especialmente tendo em vista que, nos últimos meses, uma notícia que chamou bastante atenção envolvendo a Família Real Britânica foi de que um homem chamado Yang Tengbo, também conhecido como Chris Yang, seria um suposto espião chinês enviado ao Reino Unido que, ao estabelecer ligações com o polêmico príncipe Andrew, teria investigado detalhes não divulgados sobre a monarquia britânica.
As autoridades alegam que Yang seria associado ao Departamento de Trabalho da Frente Unida da China, um órgão acusado de coletar dados de inteligência sobre cidadãos estrangeiros influentes, e que teria se aproveitado das várias polêmicas em torno do príncipe Andrew e de sua possível fragilidade emocional para se aproximar.
Inclusive, ele é descrito em uma carta encontrada no telefone do suposto espião, escrita por um conselheiro sênior de Andrew, como um dos "confidentes internos mais próximos" do príncipe, inclusive com acesso exclusivo às residências reais.
Os arquivos divulgados recentemente estão sendo revelados antes da abertura de uma nova exposição com foco no trabalho do MI5 no Arquivo Nacional em Kew, no sudoeste de Londres. Estas exibições vão contar inclusive com um relato vívido de uma entrevista de Anthony Blunt, bem como um relato em primeira mão da confissão de Kim Philby, outro membro da Cambridge Five, feito em 1963.
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