Esculpida diretamente em uma rocha de arenito macio no Reino Unido, a propriedade tem três quartos e uma capela anglo-saxã
Pamela Malva Publicado em 19/07/2021, às 11h00
Há alguns anos, cientistas do Reino Unido encontraram as chamadas Anchor Church Caves, cavernas supostamente esculpidas em rochas de arenito macio no século 18. Agora, todavia, uma pesquisa publicada na revista Proceedings of the University of Bristol Spelaeological Society sugere que a estrutura é muito mais antiga do que se imaginava.
Segundo a revista Galileu, arqueólogos da Royal Agricultural University (RAU) e do Wessex Archaeology acreditam que as cavernas localizadas no Sul de Derbyshire compunham uma casa e uma capela anglo-saxã, ambas datadas do início do século 9.
Acontece que, além da estrutura característica da Idade Média, a residência ainda pode ter servido de propriedade para um rei exilado ou que se converteu à religião. De acordo com Edmund Simons, o principal autor do estudo, foi o trabalho de medição minucioso dos pesquisadores que reconstruiu a planta original da casa de três quartos.
Com portas e janelas bastante estreitas, a casa ainda conta com pilares talhados direto na rocha, elementos que se assemelham à arquitetura saxônica. "Isso torna [a construção] provavelmente o interior doméstico intacto mais antigo do Reino Unido — com portas, piso, telhado, janelas, etc”, narrou Simons, em comunicado oficial.
Com base nos fragmentos de um livro do século 16, então, cientistas da RAU acreditam que a casa da Idade Média pode ter servido de abrigo para Saint Hardulph. Isso porque o antigo documento afirma que o rei foi exilado em um penhasco próximo ao rio Trento — local bastante próximo à região onde as Anchor Church Caves foram encontradas.
As semelhanças arquitetônicas com os edifícios saxões e a associação documentada com Hardulph/Eardwulf mostram que essas cavernas foram construídas, ou ampliadas, para abrigar o rei exilado", explicou Edmund Simons.
Acontece que, de acordo com o pesquisador, construções como as identificadas em Derbyshire eram frequentemente associadas a eremitas. Ainda assim, não é impossível que a casa, na verdade, tenha abrigado o membro de alguma realeza destituída ou um rei aposentado, que acabou tomando um rumo religioso — o que explicaria a capela.
Depois da impressionante descoberta, os cientistas britânicos agora esperam realizar estudos mais detalhados para comprovar as teorias erguidas pela escavação arqueológica. A ideia, por exemplo, é confirmar que a residência anglo-saxã realmente abrigou um rei no final da Idade Média.
Com cenas inéditas, 'Calígula' volta aos cinemas brasileiros após censura
Jornalista busca evidências de alienígenas em documentário da Netflix
Estudo arqueológico revela câmara funerária na Alemanha
Gladiador 2: Balde de pipoca do filme simula o Coliseu
Túnica atribuída a Alexandre, o Grande divide estudiosos
Quebra-cabeça: Museu Nacional inicia campanha para reconstruir dinossauro