Ao menos 50 esqueletos foram encontrados em tumbas em Israel
Giovanna Gomes Publicado em 11/07/2023, às 12h40
Uma equipe de arqueólogos encontrou, no ano de 2021, duas tumbas de formato quadrado contendo ao menos 50 esqueletos em meio ao deserto de Negev, no sul de Israel.
Em estudo publicado no Jornal do Instituto de Arqueologia da Universidade de Tel Aviv no último dia 9, pesquisadores levantaram a hipótese de que os restos mortais seriam de mulheres vítimas do tráfico para prostituição.
Como destaca a revista Galileu, o formato das câmaras surpreendeu os pesquisadores, já que as tumbas encontradas no Negev geralmente possuem formato arredondado.
“Até agora, esses tipos de túmulos nunca haviam sido descobertos na região e não estão associados a nenhum tipo de assentamento”, disse Tali Erickson-Gini, um dos responsáveis pelo estudo, ao portal Live Science.
Segundo o profissional, os restos mortais foram localizados no cruzamento de duas importantes trilhas que vão de oeste a leste, do Egito ao Wadi Arabah (região próxima do Mar Morto), as quais foram muito utilizadas por comerciantes na antiguidade.
O enterro ao longo das estradas antigas não era algo incomum. Muitas pessoas morriam nesses trajetos, seja devido à violência ou a doenças”, disse Erickson-Gini.
Além dos esqueletos, foram encontrados na tumba tesouros de diferentes culturas do sul do Levante (região ao redor do Mediterrâneo oriental), sul da Arábia e Egito. A maior parte desses tesouros data do final da Idade do Ferro e início do período persa aquemênida (século 7 a.C. ao século 5 a.C.). Vale destacar que esses objetos forneceram aos arqueólogos os primeiros indícios sobre o sexo dos restos humanos descobertos.
Ao lado dos ossos, os responsáveis pela escavação encontraram joias de liga de cobre e ferro, além de vasos de cerâmica e conchas do Mar Vermelho, os quais eram muito utilizados pelas mulheres egípcias como talismãs.
É possível, segundo os autores do estudo, que essas mulheres tenham sido traficadas, provavelmente compradas em Gaza ou no Egito. Elas teriam sido levadas para a Arábia, sendo vendidas como noivas ou prostitutas. É importante destacar, porém, que ainda são necessárias evidências para se comprovar tal hipótese.
Segundo a fonte, os pesquisadores relataram também a existência de porta-incensos e de uma bandeja de alabastro, sendo que alguns dos recipientes de incenso teriam sido quebrados intencionalmente, muito provavelmente como parte de um ritual de enterro. O sistema de túmulos foi preservado e restaurado a fim de que os pesquisadores possam dar continuidade aos seus estudos.
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