Segundo o cardeal Reinhard Marx, líder de arqudiocese investigada por casos de abuso sexual, celibatário vive condição “precária”
Fabio Previdelli Publicado em 03/02/2022, às 16h06
Arcebispo da arquidiocese de Munique e Freising, que recentemente foi investigada por casos de abuso sexual ocorridos entre 1945 e 2019, o alemão Reinhard Marx defendeu o fim do celibato obrigatório na Igreja.
Para alguns padres, seria melhor se fossem casados", afirmou.
Segundo explica, a condição de celibatário é “precaria”. Ele também alega que não é fácil viver sozinho.
"Seria melhor para todos criar a possibilidade para padres celibatários e casados", diz em entrevista ao jornal Süddeutsche Zeitung. "Para alguns padres, seria melhor se fossem casados. Não apenas por razões sexuais, mas porque isso seria melhor para suas vidas e eles não se sentiriam sozinhos".
Marx, no entanto, explicou que o celibato não deveria ser extinto, apenas questionou se a condição deveria ser um 'pré-requisito' para a vida religiosa. "Creio que as coisas não podem seguir como estão", diz. “A sexualidade faz parte do ser humano”.
Apesar da fala, Reinhard Marx faz uma ressalva."Mas esse modo de vida também atrai pessoas que não são adequadas, que são sexualmente imaturas. A sexualidade faz parte do ser humano e ela nunca desaparece".
Sempre digo isto aos sacerdotes jovens: viver sozinho não é tão fácil”, completa.
Conforme dito acima, o relatório, que foi divulgado em janeiro, aponta que ao menos 497 pessoas foram vítimas de abusos sexuais na arquidiocese entre 1945 e 2019. Dos 235 suspeitos investigados, 173 seriam padres. Joseph Ratzinger, o papa emérito Bento 16, é acusado de não ter agido contra, pelo menos, quatro desses registros.
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