Acordo histórico deverá indenizar as famílias das vítimas. Mesmo assim, nem todos estão contentes com a decisão. Entenda!
Fabio Previdelli Publicado em 20/05/2021, às 12h34
Antes de passar anos perseguindo judeus e outras minorias na Segunda Guerra Mundial, a Alemanha já havia promovido um verdadeiro extermínio contra povos africanos entre 1904 e 1907, como explica matéria publicada pela Folha de S. Paulo.
Na ocasião, o genocídio contra povos herero e namaquas deixaram cerca de 170 mil mortos, o que quase levou ao extermínio total destes dois grupos, que ocupavam onde hoje é a Namíbia.
O lugar que eram feitas as torturas se chamava Shark Island. Estima-se que cerca de 80% dos herero (75 mil) e 50% dos namaquas (100 mil) foram mortos pelas mãos dos alemães.
Agora, quase 12 décadas depois, o país europeu finaliza um acordo, iniciado em 2015, com os africanos para uma reparação histórica do episódio. Segundo a Folha, além de reconhecer oficialmente que cometeu um genocídio contra os povos, os alemães também enviarão um pedido formal de desculpas e pagarão um pacote de compensação financeira para os descendentes de suas vítimas — tudo isso deve ser finalizado nas próximas semanas.
Apesar da importância do gesto, nem todos estão contentes com a tratativa. Isso porque, entidades que representam tanto os herero quanto os namaqua dizem que ficaram de fora das negociações. “A Alemanha precisa admitir em público que o crime de genocídio foi cometido e que deve pagar compensação”, diz presidente da Fundação do Genocídio Herero Festus Muundjua.
“Mas essa reparação precisa ser precedida de um diálogo entre os perpetradores e as vítimas, o que significa entre a Alemanha e nós”, complementa. “Se você bate no meu carro, a discussão não deveria ser entre nós dois? A lógica é a mesma”.
Festus explica que hoje os dois grupos são marginalizados no país, onde representam 7% da população (herero) e 5% (nama). As comunidades vivem, sem grande maioria, na zona rural e nas periferias das principais cidades, onde sobrevivem da economia informal ou trabalhando na lavoura de subsistência.
“Não queremos ser representados por procuração, queremos representar a nós mesmos. Isso é algo garantido pelo direito internacional, mas o governo da Namíbia se recusa a aceitar”, concluiu. Relembre o episódio!
Em 1880, as nações europeias começaram a transformar a África em posses coloniais. Essa corrida pelo poder teve um custo muito alto, principalmente nos lugares que resistiram a essa invasão, como a parte da África que pertencia à Alemanha, onde hoje é a Namíbia.
Os colonos afirmaram que usaria de todos os modos para manter seu território, inclusive massacrar uma nação inteira. Entre as táticas estavam: envenenamento de água potável, açoitamento de crianças e realização de experimentos médicos nos prisioneiros. O genocídio alemão visou duas nações africanas, os Herero e os Namaqua.
O povo Herrero liderou uma revolta para salvar seu território. Isso levou ao extermínio de 80% da população africana que lá residia. Os sobreviventes dos combates eram levados a campos de concentração.
O lugar que eram feitas as tortura se chamava Shark Island. Sob os cuidados macabros do Dr. Bofinger, os prisioneiros eram: decapitados; era injetado neles arsênico e ópio; e, muitos deles sofriam estupros e abusos.
Só um pequeno número de pessoas sobreviveu às atrocidades, e quando foram libertadas, estavam famintos e a ponto de morrer.
Em 1945, após a barbáries que aconteceram durante a Segunda Guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas decidiu que tomaria medidas para que eventos como aqueles nunca mais acontecessem.
A ONU avaliou o massacre alemão sob a população africana como o primeiro exemplo de genocídio do século 20. As ordens do general Von Trotha fizeram com que três quartos da população herero fosse morta. Ápos o extermínio a civilização que antes era de 80 mil, depois de todos os incidentes se resumiu a 15 mil refugiados famintos e sem terra.
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