A região de Gibraltar - Wikimedia Commons/NASA
Anel de fogo

'Anel de fogo' poderá ser formado em breve no oceano Atlântico, aponta estudo

Estudo publicado na revista Geology em 13 de fevereiro sugere possível formação de anel de fogo semelhante ao encontrado no oceano Pacífico

Giovanna Gomes Publicado em 15/03/2024, às 15h31 - Atualizado em 18/03/2024, às 19h15

Um estudo recente, publicado na revista Geology em 13 de fevereiro, sugere que o oceano Atlântico pode estar prestes a entrar em uma fase de declínio. Com isso, esse oceano veria no meio de si até mesmo a formação de um "anel de fogo", similar ao presente no Pacífico.

O processo de formação e fechamento de um oceano é um ciclo que leva centenas de milhões de anos, conhecido como Ciclo de Wilson. No caso do Atlântico, sua formação remonta a 180 milhões de anos, quando a Pangeia se fragmentou.

O fechamento desse oceano pode acontecer a aproximadamente 20 milhões de anos — um período considerado "breve" na escala geológica, segundo descrito no artigo publicado na Geology. 

Modelo 3D

Os pesquisadores chegaram a essa conclusão por meio da construção de um modelo computacional 3D, que ilustra o possível fechamento do Atlântico.

Teoricamente, seria necessária a formação de novas zonas de subducção, onde uma placa tectônica desliza sob outra. No entanto, como isso é pouco provável de ocorrer, é possível que alguma zona de subducção já existente migre, como, por exemplo, do Mediterrâneo para o Atlântico, resultando em uma "invasão de subducção".

O modelo geodinâmico demonstra a origem da zona de subducção localizada abaixo do Estreito de Gibraltar e indica que ela ainda está ativa. Prevê-se que ela permaneça em uma fase mais calma por cerca de 20 milhões de anos e, em seguida, se mova em direção ao Atlântico, contribuindo para a formação do sistema de subducção desse oceano.

Com a migração da zona de subducção de Gibraltar, espera-se a formação de um Anel de Fogo do Atlântico, estrutura assim denominada em analogia ao Anel de Fogo do Pacífico. Esta é uma área caracterizada por diversos vulcões ativos e uma maior propensão a terremotos devido à movimentação das placas tectônicas em zonas de subducção na região.

O pesquisador João Duarte, da Universidade de Lisboa, explica que existem outras duas zonas de subducção no lado oposto do Atlântico — as Pequenas Antilhas, no Caribe, e o Arco de Scotia, próximo à Antártica. No entanto, essas zonas invadiram o Atlântico há vários milhões de anos. Ele enfatiza que estudar Gibraltar oferece uma oportunidade única para observar o processo em seus estágios iniciais, enquanto ainda está em andamento.

+ Confira aqui o estudo completo.

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