Estudante poderia ser ‘avaliado’ em até 100 dólares caso ele “não tivesse um cabelo tão ruim”
Fabio Previdelli Publicado em 15/04/2021, às 10h30
Em uma escola no Texas, nos Estados Unidos, um grupo de alunos foi punido por criarem um grupo de mensagens no Snapchat chamado “Comércio de escravos”, onde enviavam fotos de seus colegas negros e atribuíam preços a eles.
Segundo o The New York Times, estudantes de uma escola na cidade de Aledo diziam que seus companheiros eram avaliados desde 1 dólar até os preços mais altos, que poderiam valer “100 dólares”. O periódico ainda diz que ele valor variava, entre outras coisas, se um aluno “não tivesse um cabelo tão ruim”.
Segundo a BBC, os alunos — que estão na nona série e que têm normalmente entre 14 e 15 anos — são estudantes do campus Daniel Ninth Grade. No grupo, eles escreviam termos como “fazenda” e “leilão”.
Com isso, o distrito escolar condenou o comportamento dos alunos em um comunicado emitido na segunda-feira, 12, e também prometeu conduzir uma investigação em cooperação com a polícia.
“Fizemos uma determinação formal de que o assédio racial e o cyberbullying ocorreram e atribuímos consequências disciplinares”, declararam sem informar o número de alunos envolvidos ou quais medidas foram tomadas.
“Este incidente causou uma dor tremenda para as vítimas, suas famílias e outros estudantes negros e suas famílias, e por isso estamos profundamente tristes”, dizia outro trecho do comunicado.
Entretanto, alguns pais ficaram revoltados com a resposta dada pelo colégio. "Chamar isso de cyber bullying em vez de racismo ... essa é a parte que realmente me incomoda", declarou Mark Grubbs, pai de um dos alunos, em entrevista à NBC News. “'Quem eles pensam que são? O que lhes dá o direito de pensar que podem fazer isso com outra pessoa?'", indagou.
Já Ella Bullock, mãe de outro estudante, disse estar “desapontada” como o distrito lidou com o episódio. Eddie Burnett, presidente da Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor (NAACP) em Parker County, Texas, disse que estava "chateado" com a notícia, mas que "não era totalmente surpreendente".
“Para fazer o que essas crianças fizeram, era preciso já ter desumanizado seus alvos”, disse ele. "Isso fez com que fosse confortável para você tratá-los dessa maneira."
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