Durante anos, uma descoberta se manteve um mistério para pesquisadores, que podem ter sido ‘enganados’ por abelhas
Redação Publicado em 01/09/2023, às 14h10 - Atualizado em 04/09/2023, às 19h33
Entre as décadas de 1950 e 1960, uma descoberta arqueológica na Caverna Shanidar, situada nas montanhas Zagros, no Curdistão Iraquiano, intrigou pesquisadores. Eles encontraram os restos mortais de um neandertal conhecido como Shanidar 4, cercado de traços de pólen, o que levou a interpretações de um possível "enterro de flores" pelos neandertais.
Durante muito tempo, esse achado foi justificado como um gesto médico ou um sinal de afeto e respeito, contribuindo para a visão dos neandertais como seres empáticos, em contrapartida à imagem anteriormente estabelecida deles como selvagens.
No entanto, pesquisadores das universidades britânicas John Moores de Liverpool, de Cambridge e de Londres, lançaram novas perspectivas sobre esse "enterro de flores". Publicado no Journal of Archaeological Science, o estudo apresenta a hipótese de que o pólen não foi intencionalmente depositado pelos neandertais, mas sim por abelhas.
Os pesquisadores retornaram ao lugar das escavações em 2016, onde encontraram evidências que sugerem que abelhas escavadoras podem ter desempenhado um papel crucial na presença do pólen. Eles identificaram antigas tocas de abelhas cobertas de lama próximas ao túmulo. Essas abelhas, que constroem seus ninhos no solo, poderiam ter inadvertidamente transportado o pólen ao perfurar a terra e deixar vestígios dele durante sua movimentação.
Amostras de solo tanto acima quanto abaixo do cemitério, que já haviam sido analisadas em 1975 por especialistas em pólen, também foram reavaliadas. Os resultados mostraram que o pólen encontrado pertencia a cinco grupos biológicos identificados e dois não identificados, sem esclarecer se as plantas que produziram esse pólen estavam disponíveis simultaneamente ou em períodos distintos.
Embora o estudo não tenha invalidado completamente a teoria do "enterro de flores", ele lança dúvidas sobre interpretações anteriores e realça a relevância do sítio arqueológico de Shanidar para o entendimento das práticas culturais e rituais funerários dos neandertais, de acordo com a Galileu.
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