Apesar do toque de recolher imposto para combater o coronavírus, moradores locais passaram a madrugada ajudando agentes de proteção ambiental e policiais
Fabio Previdelli Publicado em 04/11/2020, às 10h32
Nas primeiras horas de ontem, 3, cerca de 120 baleias-piloto foram levadas de volta ao mar após ficarem encalhadas perto da cidade de Panadura, 25 quilômetros ao sul da capital Colombo, no Sri Lanka. O resgate foi feito graças ao trabalho conjunto de agentes de proteção ambiental, policiais e moradores locais. Ainda não se sabe o motivo dos animais ficarem presos na praia.
Segundo informações locais, o grupo encalhou na tarde da segunda-feira. Naquele momento, o morador Pathum Hirushan viu os animais chegando à praia aos poucos.
“Os pescadores da região tentavam empurrar os cetáceos, mas o mar estava agitado e as ondas os mandavam para a costa”, disse à AFP. “Foi cansativo, mas a Marinha chegou imediatamente e pudemos trabalhar a noite toda com seus barcos”.
A ajuda dos moradores locais desafiou o toque de recolher imposto na região para o combate ao coronavírus. Apesar dos esforços, os responsáveis pela operação informaram que três baleias-piloto e um golfinho-nariz-de-garrafa morreram devido aos ferimentos que sofreram cruzando um recife antes de encalharem na costa.
Apesar de casos de encalhe de baleias não ser algo incomum, os cientistas dizem que o motivo para isso costuma ser desconhecido, mas eles possuem algumas teorias, incluindo a de que baleias seguem os peixes até a costa e ficam desorientadas, se perdendo e acabando encalhadas em praias.
Com o alto número de animais presos nas praias, as autoridades do Sri Lanka temiam que ocorresse uma tragédia parecida com a que aconteceu na costa da Tasmânia, na Austrália, em setembro passado, onde 470 baleias-piloto encalharam e apenas 110 delas voltaram com vida ao mar, apesar dos longos dias de trabalhos de resgate dos australianos.
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