Conforme os estudos, mãos podem ter sido removidas como "troféus"; entenda!
Éric Moreira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 04/04/2023, às 09h46
No último dia 31, arqueólogos da Divisão de Ciências Naturais do Instituto Arqueológico Alemão, em Berlim, encontraram 12 mãos humanas decepadas distribuídas entre três covas localizadas dentro do pátio do palácio dos hicsos em Tell el-Dab'a, no Egito.
Segundo as antigas tradições, como apontado pelo estudo, publicado pela Scientific Reports, os membros eram considerados para aquela sociedade antiga como uma espécie de "troféu" depois de se vencer uma luta.
De acordo com a Revista Galileu, os hicsos foram um povo que se originou na Ásia Ocidental, tendo invadido o Egito durante o Segundo Período Intermediário (1650 a.C. a 1550 a.C.), estabelecendo assim uma dinastia reinante.
Além disso, segundo afirmado pelo The Jerusalem Post, mãos decepadas já haviam sido descobertas em outras escavações, além de antigas inscrições de tumbas. Porém, essa foi a primeira vez que indícios físicos dessa antiga tradição dão as caras. Julia Gresky, pesquisadora responsável pelos estudos, também aponta ainda não saber se os membros foram amputados de pessoas já mortas ou ainda vivas.
A partir de uma análise mais aprofundada das mãos encontradas, foi determinado que a maioria delas teria pertencido a diferentes homens — 11, possivelmente —, além de provavelmente uma mulher.
Além disso, elas foram depositadas nos túmulos com os dedos bem abertos, principalmente nos lados voltados para cima, ação essa que pode ter sido intencional durante o enterro.
Vale pontuar também que, devido a características analisadas como posição, localização e tratamento das mãos decepadas, é abandonada a hipótese de que aquelas vítimas teriam sido alvo de uma punição legal.
Além do mais, a presença de uma mulher entre os mortos permite indicar que "as mulheres e a guerra não eram mundos separados", conforme o estudo. Por fim, os autores da pesquisa concluíram que as mãos serviam literalmente somente como troféus em exposição no antigo palácio.
Os resultados apresentados neste artigo fornecem a primeira evidência bioarqueológica direta para a cerimônia do 'ouro de honra' realizada em frente ao palácio do rei e contribuem significativamente para o debate sobre a reconstrução desta cerimônia", afirmam.
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