Jesuíta mesclou os estilos chinês e ocidental
Fábio Marton Publicado em 06/07/2017, às 14h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h35
ARTE & HISTÓRIA
Kangxi é considerado um dos melhores imperadores da China. Em seu reinado, o mais longo da história do país, ele venceu revoltas, conquistou uma riqueza sem precedentes, derrotou uma potência ocidental (a Rússia) e fez a tecnologia avançar.
Parte desse sucesso se deve a sua abertura às ideias vindas do outro lado do mundo. E quem trazia essas ideias eram jesuítas. Em troca do direito de pregarem ao povo chinês, eles ofereciam todo o tipo de conhecimento ocidental, de línguas a astronomia. E as artes não ficaram de fora.
Nascido em Milão, em uma família rica, Giuseppe Castiglione se juntou à ordem jesuíta como um irmão leigo, sem ter sido ordenado. Ele havia estudado pintura, não religião. Atendendo a um pedido do imperador, os jesuítas estavam procurando por um pintor e, em 1710, o jovem de 22 anos foi escolhido. Em sua viagem, fez um “estágio” de cinco anos em Portugal, pintando a Nova Catedral de Coimbra. Chegou à China em 1715.
Adaptando seu estilo barroco ao gosto dos monarcas, seguindo convenções chinesas, Castiglione criaria um estilo único, que seria copiado pelos artistas chineses nas gerações seguintes. Após a morte de Kangxi, em 1722, ele serviria a ainda dois outros imperadores.
Raio X
➽Nome: 100 Cavalos
➽Nome original: 清 郎世寧 百駿圖白描稿 卷
➽Autor: Giuseppe Castiglione
➽Data: 1723-1725
➽Tamanho: 94,5 x 776,2 cm
➽Técnica: Tinta sobre seda
➽Local: Museu do Palácio Nacional de Taipei, Taiwan
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