Meses de seca extrema trouxeram o assentamento da Idade do Bronze e seus fascinantes artefatos de volta à superfície
Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 30/05/2022, às 17h30 - Atualizado em 07/06/2022, às 16h48
O reservatório de Mossul, cidade do Iraque, alcançou níveis de água baixíssimos no início deste ano após um período intenso de seca fustigar o país.
A situação, que por um lado era preocupante, também gerou uma oportunidade para que um time de arqueólogos. Isso porque uma cidade milenar voltou à superfície devido ao clima extremo.
Os pesquisadores, contudo, precisavam correr contra o tempo para fazerem o máximo de descobertas que podiam antes do reservatório voltar ao seu nível normal. Segundo apurado pelo Phys.org, eles foram capazes de registrar a existência de diversas construções que foram datadas de 3.400 anos atrás.
A única exploração anterior do local havia ocorrido em 2018, de forma breve, quando um palácio localizado no assentamento foi documentado.
A cidade, considerada de importância fundamental para o Império Mitani, reino da Mesopotâmia que existiu entre 1.500 a.C. e 1.360 a.C, também surpreendeu os cientistas com seu estado de preservação.
Isso pois as construções do local haviam sido feitas com tijolos de barro, e passado 40 anos submersas, mas ainda assim foi possível encontrar paredes de vários metros de comprimento ainda de pé.
Entre as descobertas, também estiveram 5 vasos de cerâmica e mais de uma centena de finas tábuas de barro contendo escrita cuneiforme, uma das mais antigas do mundo. Esses artefatos foram considerados como "cartas" pelos pesquisadores, e eram cobertas por "envelopes" também de barro.
É quase um milagre que tabletes cuneiformes feitos de argila crua tenham sobrevivido tantas décadas debaixo d'água", relatou Peter Pfälzner, um dos envolvidos na missão arqueológica, também segundo o Phys.org.
Os achados foram enviados para estudo. Enquanto isso, a cidade de 3400 anos foi coberta por uma lona plástica para ser mantida conservada até a próxima possível seca, quando sua exploração poderá ser retomada.
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