Em Oppenheimer, agora disponível no streaming, espectadores acompanham a história da bomba atômica e os desafios encarados por seu inventor
Thiago Lincolins Publicado em 10/04/2024, às 13h04 - Atualizado em 22/04/2024, às 17h49
Ao assistir 'Oppenheimer', obra que retrata a história da criação da bomba atômica e os desafios encarados por seu inventor, o físico Julius Robert Oppenheimer, Spike Lee ficou intrigado: Por que o filme não mostra o impacto da arma nuclear nas cidades de Hiroshima e Nagasaki?
Em agosto de 1945, a Segunda Guerra chegou ao fim com um capítulo trágico: duas bombas lançadas pelos Estados Unidos no Japão devastaram as cidades mencionadas acima, matando mais de 100.000 pessoas. Entretanto, a sequência não é retratada no longa-metragem do diretor Christopher Nolan.
"[Nolan] é um cineasta incrível... E isso não é uma crítica. É um comentário", afirmou Spike Lee ao The Washington Post. "Se ['Oppenheimer'] tem três horas, eu gostaria de adicionar alguns minutos sobre o que aconteceu com o povo japonês. Pessoas foram vaporizadas. Muitos anos depois, as pessoas ainda eram radioativas. Não é como se ele não tivesse poder. Ele disse aos estúdios o que iria fazer. Eu teria adorado ver o final do filme mostrando o que aconteceu ao lançar aquelas duas bombas nucleares no Japão".
Assim como Spike, muitos espectadores que assistiram ao filme compartilham a mesma dúvida. Em entrevista à Variety, Nolan explicou suas intenções ao gravar o longa baseado na história do homem que criou a bomba atômica.
O cineasta relembrou que Oppenheimer soube dos bombardeios no momento exato que outros civis foram surpreendidos com a informação.
"O filme mostra a experiência subjetiva de Oppenheimer. Sempre foi minha intenção me manter fiel a isso. Ele soube do bombardeio junto ao resto do mundo, e eu queria mostrar uma pessoa que estava começando a entender melhor as consequências indesejadas de suas ações. Era tanto sobre o que eu mostro quanto sobre o que eu não mostro, disse ele.
Em Nova York, após a exibição do filme, o diretor debateu o tema. Nolan disse que a sua intenção não era 'suavizar' o que é exibido nas cenas, mas, retratar a história através do olhar do físico que liderou o projeto que desenvolveu a bomba atômica.
"Nós sabemos muito mais do que ele soube na época. Ele se inteirou dos bombardeios a Hiroshima e Nagasaki pelo rádio, assim como o resto do mundo", explicou ele.
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