Estudo analisa real causa da morte do príncipe Eduardo e contraria o que se pensava anteriormente
Redação Publicado em 22/12/2022, às 11h00 - Atualizado em 10/01/2023, às 16h50
646 anos depois, a causa da morte de Eduardo, o 'Príncipe Negro', ainda intriga pesquisadores comprometidos em entender o que realmente resultou em seu óbito. Herdeiro do trono inglês no século 14, acreditava-se que o nobre faleceu diante de uma disenteria crônica, todavia, um novo estudo contraria o que foi repercutido.
O estudo foi publicado no BMJ Military Health na última terça-feira, 20. É mostrado que a doença responsável por afetar a saúde do príncipe provavelmente se iniciou com a sua vitória durante a Batalha de Nájera, na Espanha, no ano de 1367. Na época, uma crônica apontou que até 80% das tropas faleceu por 'disenteria e outras doenças'.
Já os relatos feitos após a morte do nobre sugeriram que uma disenteria crônica, tipo amebiana, foi responsável por interromper a vida do príncipe. Vale ressaltar que esse tipo de doença pode ocasionar complicações que incluem inflamação intestinal e ulceração, além de inflamação extrema e distensão do intestino.
Todavia, a suposição intriga James Robert Anderson, médico do Exército Real Britânico. Autor do estudo, ele explica que, se o príncipe sofresse com a disenteria amebiana, os sintomas o impediriam de embarcar rumo a um conflito na França no ano de 1372.
Na visão do estudioso, o então herdeiro do trono britânico teria sofrido com as complicações ocasionadas por um surto de disenteria, conforme repercutido pela Galileu. Vale destacar que, na época, a paratifóide, que muito se assemelha a febre tifóide, já existia e resulta em disenteria.
"Existem várias infecções ou condições inflamatórias que podem ter levado à morte do Príncipe Negro. No entanto, a disenteria crônica é improvável", escreveu James Robert Anderson.
Assim, outros fatores também não são descartados como possível causa da morte de Eduardo, como a desidratação, resultando em cálculos renais; uma possível doença inflamatória no intestino; brucelose (infecção, resultado do ato de consumir laticínios e até mesmo carne crua) e, por fim, a malária, que também causava problemas no intestino.
Com a morte do príncipe, o trono seria passado para Ricardo, o seu filho, que tinha 10 anos na época. Assumindo o trono como Ricardo II, ele teve um destino que envolveu a sua deposição e acabou sendo assassinato.
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