Segundo o líder indígena de Minas Gerais, o surto de Coronavírus nada mais é do que uma consequência das atitudes humanas na Terra, com a qual devemos aprender
Pamela Malva Publicado em 07/04/2020, às 13h10
Em tempos de crise, as pessoas criam teorias de formas de enxergar o problema. Para líder indígena Aílton Krenak, por exemplo, o Coronavírus é uma reação da Terra, uma consequência da forma como os humanos vêm consumindo o planeta.
Em entrevista ao Globo, o ambientalista explicou seu ponto de vista, pontuando a forma cruel e dura que a humanidade trata a natureza. “Não podemos achar que estamos vivendo tudo isso para depois voltar à normalidade”, afirma.
Para o indígena, a Covid-19 é uma lição, com a qual devemos aprender e nos reinventar. “Voltar ao normal seria como aceitar que a Terra é plana”, diz. “Não vamos voltar àquele ritmo.”
“Somos piores que a Covid-19”, o ambientalista narra. “Não tem ninguém com problemas na Terra, a não ser a gente. A vida segue. Só o que parou foi o mundo artificial dos humanos. Não fazemos falta para a biodiversidade. Pelo contrário”.
Segundo Aílton, original do povo krenak, sua aldeia no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, está em quarentena, como qualquer outro lugar. “Estamos isolados em respeito à vida”, explica categoricamente.
Ainda que a visão do líder seja bastante definitiva, existem pontos positivos. “Pássaros estão voltando a locais de onde haviam desaparecido. A água suja está se tornando limpa”, pontua. Mais além, Aílton espera que as lições sejam levadas para a vida: “que as pessoas que abriram os olhos agora não os fechem depois”.
Atualmente, já foram registrados mais de 1,3 milhões de casos de Coronavírus no mundo todo. Entre eles, mais de 295 mil pessoas se recuperaram, enquanto 78 mil foram vítimas da doença. No Brasil, já foram documentados mais de 12 mil casos, sendo que, destes, 127 se curaram e 581 pessoas morreram devido ao Covid-19.
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