Cartório na China - Divulgação
Pandemia

Cidade chinesa registra número recorde de divórcios, após isolamento causado por coronavírus

Segundo oficial da cidade de Xi'am, desde o dia 2 de março, aumentaram os agendamentos para processos de separação

Vanessa Centamori Publicado em 24/03/2020, às 12h44

Em um confinamento de 24 horas, não é fácil conviver com a pessoa amada. Pelo menos é isso o que mostram as estatísticas da cidade chinesa de Xi'am. Após o isolamento em prol do combate contra o coronavírus, houve um recorde no número de pedidos de divórcio nas últimas semanas, de acordo com o jornal local The Global Times.

Em entrevista ao veículo de imprensa, o oficial Wang, que é especializado em laços matrimoniais, contou que alguns casais jovens se arrependem e decidem até casar novamente enquanto seus papéis de divórcio estão saindo. 

Mas, ele notou que desde o dia 2 de março, muito maior tem sido o número de agendamentos para processos de separação. "Como resultado da epidemia, muito casais estão grudados um no outro em casa e depois de um mês, ressurgem conflitos que haviam sido contornados", afirmou Wang. 

Imagem ilustra desentendimento de casal antes do divórcio / Crédito: Unsplash

 

Em alguns distritos, até se esgotaram os agendamentos em escritórios governamentais, usados para resolver a papelada dos processos de separação. Já em municípios de outras províncias, como a de Sichuan, também houve uma procura acima da média em cartórios, segundo alguns relatos. 

Vale considerar que muitos desses cartórios ficaram fechados por quase um mês, e isso pode ter criado uma demanda reprimida (algumas pessoas podem ter adiado a separação para quando fosse seguro sair de suas casas novamente).

Além disso, de qualquer forma, as taxas de divórcio na China tem aumentado nos últimos anos. Em 2016, o número de casais chineses separados foi de 4,2 milhões - um aumento significativo em relação a 1985, quando a taxa era de só 485 mil.

Por outro lado, as pessoas não optam tanto pelo casamento na China. Somente 7,2 pessoas em 1 mil se submeteram ao sagrado matrimônio em 2018. Esse número é o mais baixo desde 2013, conforme os dados do Escritório Nacional de Estatísticas do governo chinês. 

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