Talentosa, a cantora irlandesa se envolveu em inúmeras controvérsias ao longo de sua carreira
Redação Publicado em 14/02/2021, às 08h00 - Atualizado em 26/07/2023, às 15h30
A cantora e compositora irlandesa Sinéad O'Connor chegou ao topo das paradas dos Estados Unidos com "Nothing Compares 2 U", em 1991. A partir daí, ela se tornou um símbolo da música feminina mundial, relembrada principalmente por sua figura sem cabelos e roupas simples.
Nos últimos anos, porém, a artista viveu muitos episódios polêmicos, que marcaram sua carreira. Passando do catolicismo ao islamismo, ela foi alvo de inúmeras controvérsias, principalmente ligadas à religião, mas não limitadas a esse tema — questões com outros cantores também foram observadas ao longo de sua vida. A morte de Sinéad foi anunciada nesta quarta-feira, 26. A artista tinha 56 anos.
Durante toda sua vida, Sinéad afirmava ao público que se mantinha fiel aos preceitos cristãos. No entanto, isso não a impediu de criticar a Igreja Católica em 1992, durante o programa estadunidense Saturday Night Live. Ao vivo e sem avisar a produção, ela rasgou uma fotografia do Papa João Paulo II.
A ideia da artista era protestar contra os abusos sexuais infantis que estavam sendo acobertados pela igreja na época. Como consequência desse ato, a emissora recebeu mais de 4,4 mil ligações no momento em que a cena aconteceu. Além disso, a cantora também foi vaiada em um show duas semanas depois.
Em 1999, a irlandesa foi ordenada sacerdotisa da Igreja Independente Católica, em uma capela dissidente em Lourdes, na França. Ela queria ser chamada de ‘Madre Bernadete Maria’. A Igreja Católica, porém, proíbe que mulheres se tornem sacerdotisas. Por isso, o processo não foi reconhecido oficialmente, conforme informado pela BBC.
Quando isso aconteceu, ela foi excomungada pela Igreja Católica. Ainda assim, a decepção da cantora aumentou conforme os anos passaram: ela chegou, inclusive, a descrever o Vaticano como um ninho de demônios. Então, ela pediu novamente para ser excomungada pelo Papa Francisco.
Depois de alguns anos sumida da mídia, O'Connor apareceu se convertendo ao islamismo. Ela até mesmo mudou o nome para Shuhada’ Davitt em 2017. Mas isso também gerou mais polêmicas para a cantora que, em 2018, publicou alguns comentários polêmicos em sua conta no Twitter, pelos quais ela se desculpou no ano seguinte.
"Sinto muito. O que estou prestes a dizer é algo tão racista que nunca pensei que minha alma pudesse sentir isso”, escreveu, de acordo com a revista Monet. “Mas, na verdade, nunca mais quero passar tempo com pessoas brancas (se é assim que os não-muçulmanos são chamados). Nem por um momento, por qualquer motivo. Eles são nojentos".
Uma das brigas mais famosas da cantora foi com a artista Miley Cyrus, a qual ela criticou em uma carta aberta publicada pelo jornal britânico The Guardian em 2013. De acordo com reportagem da Rolling Stone, ela escreveu: “A indústria não liga para você, ou para qualquer uma de nós. Eles vão prostituí-la por tudo que você vale e facilmente vão fazer você pensar que isso era o que você queria”.
“E quando você acabar em uma clínica de reabilitação por ter sido prostituída, 'eles' estarão em seus iates em Antígua, que compraram com a venda de seu corpo, e você vai se sentir muito sozinha”, acrescentou. Cyrus não gostou das críticas e rebateu comparando Sinéad à atriz Amanda Bynes, que sofreu com transtornos psicológicos e relembrou o polêmico episódio em que ela rasgou a foto do Papa.
Em 2019, O'Connor acusou o cantor Prince de tentativa de agressão em entrevista ao programa Good Morning Britain. Em seu relato, ela contou que o artista exigiu que ela não o criticasse em entrevistas, o que ela teria negado. Depois disso, ela disse ter vivido uma experiência “assustadora”.
“Ele me chamou para sua casa em Los Angeles e fui sozinha. Ele ficou desconfortável com o fato de eu não ser uma de suas protegidas”, disse. “Ele tentou me agredir com um travesseiro e tinha algo duro dentro. Saí correndo da casa dele e me escondi atrás de uma árvore”.
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