Conheça o formigueiro vietcongue que surpreendeu os Estados Unidos
Roberto Navarro Publicado em 08/07/2020, às 09h46 - Atualizado em 18/04/2022, às 17h12
Enquanto tropas e helicópteros americanos ocupavam os céus e as florestas do Vietnã, durante a guerra de 1961 a 1975, os vietnamitas do Norte e as forças comunistas valeram-se de uma estrutura primitiva, porém eficaz: túneis – vastos e profundos.
Escavados com as mãos ou com ajuda de pás de madeira, essas estruturas atingiam profundidades de até 20 metros e às vezes quase 120 quilômetros de extensão, abrigando milhares de pessoas por períodos que podiam durar meses.
O complexo mais famoso ficava no distrito de Cu Chi, a cerca de 70 quilômetros a sudeste de Saigon, e próximo de importantes bases militares americanas. Aliás, havia túneis que se estendiam até debaixo das bases inimigas, criando entre os soldados dos EUA a lenda dos fantasmas vietcongues.
Ectoplasmas à parte, o que havia eram americanos surpreendidos por guerrilheiros escondidos em alçapões camuflados no chão.
Disparando fuzis AK-47 e lançando granadas, os vietcongues preferiam ferir a matar os inimigos, a fim de atrasar o deslocamento de uma tropa até o resgate dos feridos. Maquiavélicos.
A alimentação desses homens-tatus era preparada em cozinhas equipadas com um sistema especial de chaminés. Com elas, a fumaça do cozimento de arroz e carne era desviada para bem longe, sem criar suspeitas.
A partir de 1966, soldados magros e baixos, a maioria de origem latino-americana, foi treinada pelo Exército dos EUA para explorar os esconderijos vietcongues. Eram chamados de Tunnel Rats (ratazanas de túnel).
As imediações eram pontilhadas de armadilhas. Algumas consistiam em explosivos acionados por arames. Outras eram buracos no chão, no fundo dos quais havia estacas de bambu lambuzadas com fezes. Sim, para infeccionar mortalmente os feridos.
Alguns túneis incluíam hospitais de emergência, onde eram tratados não apenas guerrilheiros mas também a população das vizinhanças, num esforço para conquistar sua simpatia. O atendimento chegava a incluir a realização de partos.
A disposição dos túneis formava um verdadeiro labirinto no subsolo para confundir o inimigo. Passagens falsas levavam a becos sem saída, onde muitas vezes eram deixadas cobras venenosas para atacar intrusos.
Acessos escondidos dentro de córregos, no interior de casas ou em seus quintais uniam os túneis com a vida exterior. A população das aldeias fornecia alimentos e informações aos soldados. E, dependendo do perigo na superfície, entrava no túnel também.
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