A aproximação foi revelada em cartas
Isabela Barreiros Publicado em 08/05/2020, às 08h00
D. Pedro II era um homem muito tímido. Precocemente imperador do Brasil, ele foi casado com Teresa Cristina de Bourbon, mas, na verdade, o amor da sua vida foi outra mulher.
“Costumo dizer que Luísa não foi amante do imperador, mas sim sua grande paixão", analisa Mary Del Priore, historiadora que escreveu a biografia Condessa de Barral: A paixão do imperador.
“Quando conheceu Luísa, foi como se as portas do palácio se abrissem para ele”, continua. A mulher foi preceptora das princesas Isabel e Leopoldina, ensinando-as em casa. Muito culta, Luísa Margarida de Barros Portugal era casada com o francês Conde de Barral, filha de donos de engenho, frequentava a corte do rei Luís Filipe I da França e tinha um vasto conhecimento sobre literatura e artes.
O relacionamento de D. Pedro II e Luísa durou 34 anos, acabando somente com a morte de ambos. Usando o diário de Luísa e cartas trocadas pelos dois, Del Priore conseguiu reconstituir a biografia da Condessa. Os documentos estão, respectivamente, no arquivo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no Rio de Janeiro, e no Museu Imperial de Petrópolis.
Com o casamento das princesas, a Condessa voltou para a Europa — e foi nesse momento que as correspondências começaram e a paixão se fortaleceu. O imperador até menciona em uma das cartas que sonhava em poder chegar de balão até a janela do quarto da mulher.
"Era a maneira de um ficar sabendo da vida do outro e também de interferir quando necessário. Como Luísa tinha uma vida social ativa, ele deixa escrito no diário que não gostava de vê-la sair. Mostra realmente o amor e os ciúmes que sentia pela condessa”, explica a historiadora.
Porém, mais que carnal, o amor dos dois tinha um importante aspecto intelectual. D. Pedro, apesar de dono de uma grande biblioteca, não sabia muito bem o inglês e nem estava ciente da cultura europeia de artes e costumes. Segundo Del Priore, “Barral era uma mulher cultíssima, dona de uma vivência nas cortes europeias que o próprio imperador não tinha, mas admirava e necessitava”.
Com a vinda da Condessa para o casamento do seu filho no Brasil, a imprensa começou a investigar a relação dela com o imperador e revelou ao público, no século 19, o amor dos dois. "Vários republicanos, que eram autores de peças teatrais, começaram a fazer peças sobre o triângulo amoroso”, comenta a historiadora.
O relacionamento de décadas de D. Pedro II e a Condessa de Barral foi um caso repleto de paixão e conexões intelectuais — seu cerne não era apenas o desejo entre eles. Ele terminaria apenas com a morte dos dois.
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