Em uma mistura de ficção e profecia, o autor francês antecipou detalhes da missão espacial 104 anos antes de seu lançamento
Redação Publicado em 15/08/2021, às 10h00
Em dezembro, a primeira nave espacial tripulada a orbitar a Lua e retornar com sucesso foi lançada da Flórida, nos Estados Unidos. O módulo retornou com paraquedas abertos, algumas centenas de horas depois, e foi recuperado no Oceano Pacífico.
O evento, porém, compartilha duas datas: 1968 e 1865. Cem anos antes de a Nasa enviar a Apollo 8 para a órbita lunar, o romancista francês Júlio Verne narrara os eventos no livro 'Da Terra à Lua'. Na continuação, 'Viagem ao Redor da Lua', ele descreve o primeiro pouso lunar. Em 1969, os tripulantes da Apollo 11 pisariam no mesmo solo.
Verne, conhecido por livros de aventura e ficção científica, como 'Volta ao Mundo em 80 Dias', 'Viagem ao Centro da Terra' e '20 Mil Léguas Submarinas', previu com estranha precisão as especificações do Projeto Apollo.
O livro narra as aventuras dos membros do Clube de Armas de Baltimore, logo após a Guerra da Secessão. Entediado com a ausência de conflitos — e, portanto, da necessidade de fabricar e testar artilharia —, o presidente da associação decide construir um canhão gigante para visitar a Lua: o Columbiad.
A nave imaginada por Verne era um cilindro cônico, feito de alumínio. Pesava 9 mil quilos e custou o que seria, em 1968, equivalente a US$ 12,1 bilhões. A Apollo 11, de formato similar, pesava quase 12 mil quilos e custou em torno de US$ 14,4 bilhões. A plataforma de lançamento não era um canhão, mas o módulo de controle foi batizado de Columbia.
No livro e na realidade, diversos locais foram considerados para o lançamento. Brownsville, no Texas, foi rejeitado em ambos. Os critérios eram os mesmos: latitude abaixo de 28 graus ao norte e bom acesso ao mar.
Os cálculos de Verne estimaram o tempo da viagem em 242 horas e 31 minutos, incluindo 18 horas orbitando a Lua, para retornar. A tripulação da Apollo 8 fez uma jornada de 147 horas e 1 minuto, incluindo 20 horas e 10 minutos ao redor da lua.
Em 1902, a aventura inspirou o diretor francês Georges Méliès a produzir um dos primeiros filmes de ficção científica da história do cinema. Em 1961 uma cratera lunar foi batizada com o nome do escritor.
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