George III, o "rei que perdeu a América", é retratado em nossa cultura pop, com sua mais recente aparição em Bridgerton
Ingredi Brunato Publicado em 07/11/2023, às 18h50 - Atualizado em 17/11/2023, às 12h22
O rei George III da Inglaterra é um dos poucos personagens factuais retratados em Bridgerton, famosa produção de época da Netflix baseada em uma saga de livros de romance.
Existe mais de um motivo pelo qual a figura histórica acaba aparecendo em tantos produtos da cultura pop, com o primeiro deles sendo o fato que o monarca britânico é considerado o "rei que perdeu a América". Isso, pois, as colônias norte-americanas alcançaram a independência da Coroa inglesa durante seu reinado.
Além disso, os problemas psicológicos de George III, que o tornaram inapto a governar o Reino Unido durante crises, chamam a atenção com o que é mostrado na produção. Segundo os relatos da época, o rei sofreu com alucinações, tinha um comportamento mais agressivo que o normal e embarcava em monólogos sem sentido.
Esses elementos tornam o monarca britânico um personagem particularmente intrigante. Existem diversas outras curiosidades a respeito de sua vida menos conhecida, porém, também interessantes.
Uma delas é o tipo de alimentação que o nobre levava, o que foi revelado por um estudo recente que analisou livros de receita encontrados na cozinha do palácio onde George III vivia. Para saber quais os pratos favoritos do rei, que foram expostos em uma notícia anterior do Aventuras na História, clique aqui.
Com isso em mente, reunimos fatos curiosos sobre a vida do excêntrico monarca abaixo:
George III foi o terceiro monarca da dinastia Hanôver a governar a Inglaterra e suas colônias, porém, o primeiro a ter, de fato, nascido em território britânico e falar o inglês como língua materna, segundo repercutiu o site oficial da monarquia britânica.
Ele subiu ao trono em 1760, logo após a morte de seu avô, George II. Seu pai, por sua vez, faleceu em 1751, assim não teve a chance de passar pelo cargo real.
Um detalhe fascinante a respeito da vida de George III é que ele era surpreendentemente culto: foi o primeiro rei a estudar as ciências durante sua formação, e continuou exercendo seu interesse durante seu reinado.
Ele possuía seu próprio observatório astronômico. Além disso, iniciou uma coleção real de livros que incluía 65 mil obras. Ele, por exemplo, abriu as portas da biblioteca do palácio para estudiosos que quisessem consultar os conhecimentos guardados.
Se hoje o Palácio de Buckingham é a residência oficial da Família Real Britânica, é graças a George III. Ele fora o responsável por comprar a construção ainda em 1761. Na ocasião, o local, que era conhecido como "Casa Buckingham", foi presenteado à sua esposa, a rainha Charlotte.
Ainda conforme o Royal UK, site oficial da monarquia britânica, o rei inglês tinha o apelido de "George Fazendeiro" devido à sua predileção pela agricultura. O monarca possuía, por exemplo, diversos livros de agricultura repletos de anotações pessoais a respeito do assunto nas beiradas das páginas.
Além disso, seu gosto pelo campo pode ser notado também em sua alimentação, que era mais simples, se baseando em comidas típicas do ambiente rural.
A causa dos problemas psicológicos apresentados por George III é alvo de controvérsias até os dias atuais, configurando um dos maiores mistérios médicos da história da monarquia britânica.
Uma das teorias mais famosas é que o governante sofria com porfiria, um distúrbio hereditário que causava sintomas neurológicos e psicológicos, como convulsões, alucinações e confusão mental.
Existem, no entanto, historiadores que defendem que ele, na verdade, possuía transtorno bipolar — doença caracterizada por períodos depressivos e maníacos. Dentro desta interpretação, o estilo inusual de escrita demonstrado por George III em suas cartas (que possuíam frases muito longas e extenso vocabulário) é encarado como um sintoma de mania.
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