Gravura de 'Auto da Barca do Inferno', de Gil Vicente - José Marques da Cruz/ Creative Commons/ Wikimedia Commons
Literatura

Romance, fantasia e quebra do padrão: as correntes literárias que moldaram a história do Ocidente

Entenda como, desde 'Os Lusíadas' até 'Os Sertões', séculos de pura literatura influenciaram a vida e os costumes da sociedade

Leandro Narloch Publicado em 23/05/2021, às 09h00

Os grandes nomes da literatura dos últimos 500 anos nem sempre souberam, mas estavam dentro de correntes literárias influenciadas pelo que acontecia no mundo. Com o passar dos anos, grande parte dessas obras tornaram-se marcos pelos quais, até hoje, a história do ocidente é contada e deixada para a posteridade.

Confira nove movimentos literários que moldaram a história do ocidente: 

1. Classicismo

Inspirada na arte greco-latina, a literatura do Renascimento Cultural exalta o humanismo e a razão. Predominam poemas épicos como 'Os Lusíadas', escrito pelo português Luís Vaz de Camões em 1572, e peças de teatro como 'Auto da Barca do Inferno' (ou Auto da Moralidade), de Gil Vicente, representada pela primeira vez em 1517.


2. Barroco

Gravura representando Dom Quixote e Sancho Panza / Crédito: Bruker G. Meiners/ Creative Commons/ Wikimedia Commons

 

Entre a razão renascentista e a religiosidade da Contrarreforma, os autores se lançam a exageros, conflitos e desequilíbrios. Os grandes exemplos são o inglês William Shakespeare ('Macbeth'), Padre Vieira ('Os Sermões') e o espanhol Miguel de Cervantes, que, entre 1605 e 1615, escreveu 'O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Mancha'.


3. Neoclassicismo

Depois que o Iluminismo dá um fim ao sentimentalismo e aos excessos decorativistas e dramáticos do Barroco, a cultura da Antiguidade Clássica volta a influenciar as letras. Este é o grande momento de dois dramaturgos, filósofos e poetas alemães: Friedrich Schiller e Wolfgang Goethe, o autor de 'Fausto', de 1808.


4. Romantismo

Gravura de "Os três mosqueteiros" / Crédito: Maurice Leloir/ Creative Commons/ Wikimedia Commons

 

 

'Cantos e Inocência' (1789), do poeta inglês William Blake, abre o período de sofrimento amoroso e heroísmo, indo contra o racionalismo do movimento anterior. Destacam-se o francês Alexandre Dumas, de 'Os Três Mosqueteiros', o inglês Lord Byron e, no Brasil, Gonçalves Dias e José de Alencar, autor de 'O Guarani'.


5. Simbolismo

Com 'As Flores do Mal', o francês Charles-Pierre Baudelaire inicia a escola literária que mistura o romantismo com tons místicos e fantásticos, presentes também em obras de poetas como Verlaine e Rimbaud. Os autores simbolistas eram chamados de “nefelibatas” (que vivem nas nuvens, sem obedecer as regras literárias).


6. Parnasianismo

Gravura de Olavo Bilac / Crédito: M. J. Garnier/ Creative Commons/ Wikimedia Commons

 

Contra o envolvimento político do século 19, poetas franceses como Catulle Mendes e Alphonse Lemerre lançaram a revista romance naturalista publicado em 1890. 'Le Parnasse Contemporain' (1866), pregando a poesia pela poesia e a busca por rimas perfeitas. No Brasil, o grande nome parnasiano é Olavo Bilac.


7. Realismo

Ao contrário da maioria dos poetas, os autores de prosa do século 19 escrevem romances sociais e psicológicos, como 'Crime e Castigo', do russo Fiódor Dostoiévski, e 'As Ilusões Perdidas', de Honoré de Balzac. Em 1882, Machado de Assis publica 'Memórias Póstumas de Brás Cubas', um dos principais clássicos brasileiros.


8. Naturalismo

Gravura de Aluísio de Azevedo / Crédito: M. J. Garnier/ Creative Commons/ Wikimedia Commons

 

Outra corrente da prosa do século 19 tenta descrever a realidade de forma objetiva e também mostrar a influência do ambiente no homem. O grande autor deste período é o francês Émile Zola, autor de 'Germinal' (1885). No Brasil, Aluísio de Azevedo escreve 'O Cortiço', em meados de 1890.


9. Pré-modernismo

Autores brasileiros como Lima Barreto, de 'Triste Fim de Policarpo Quaresma', e Graça Aranha, de 'Canaã', usam a literatura para traçar uma nova interpretação do Brasil e discutir seu futuro. Outra grande obra da época é 'Os Sertões', em que o jornalista e escritor Euclides da Cunha descreve o homem sertanejo e a Guerra de Canudos.


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