Comuns no meio artístico desde Shakespeare, algumas artistas ficaram marcadas na história por seus talentos brilhantes
Pamela Malva Publicado em 28/06/2020, às 00h00
Embora muito famosas hoje em dia graças a programas como Drag me as a queen e RuPaul's Drag Race, as Drag Queens existem há centenas de anos. Nas peças de Shakespeare, por exemplo, a palavra drag significava Dressed Resembling A Girl, na tradução livre, vestido semelhante a uma garota.
Considerando que mulheres não podiam subir aos palcos no passado, era normal que homens representassem papéis femininos no teatro. Já no século passado, diversos performistas se destacaram por sua atuação como mulheres, se tornando algumas das maiores drag queens da época.
1. Julian Eltinge
Com a aprovação da mãe — que encorajava o garoto, já com 10 anos, a vestir suas roupas femininas — e reprimido pelo pai, Willian Julian Dalton, nascido em 1881, criou a drag Julian Eltinge. Ficou conhecida como uma das maiores drags da sua época por sua dança e seu talento artístico. Chegou a receber US$ 250 mil por apresentação e ficou conhecido na Europa e nos Estados Unidos.
A carreira, no entanto, também foi uma das vítimas da Grande Depressão do começo dos anos 30. Falindo, Julian se tornou alcóolatra e passou a se apresentar em lugares menores do que estava acostumado. Sobre sua morte, alguns dizem que Julian teria tirado a própria vida em 1940 e outros alegam que a famosa drag morreu devido a doenças.
2. Barbette
Vander Clyde nasceu no Texas entre 1898 e 1904 e criou Barbette, que ficou conhecida como uma das maiores drag queens de Paris. Foi quando uma das irmãs Alfaretta morreu que, com a vaga aberta, Vander foi chamado para substituí-la. As duas irmãs eram trapezistas circenses e, para conseguir o trabalho, o artista teve de se vestir de mulher.
A primeira aparição dele como Barbette foi em 1919. Sua prática no circo chamou atenção de todos e fez sua carreira decolar. A drag se afastou dos palcos no final dos anos 30, quando contraiu pneumonia e poliomielite. Suas articulações ficaram mais fracas, mas Barbette seguiu trabalhando com arte, só que nos bastidores. Apenas parou em 1973, quando cometeu suicídio.
3. Rocky Twins
Os gêmeos noruegueses Leif e Paal Roschberg, nascidos em 1909, já faziam muito sucesso no meio artístico por serem ótimos dançarinos de jazz. Sua carreira, no entanto, decolou quando a dupla representou as famosas gêmeas húngaras Dolly Sisters, que estavam se aposentando dos palcos, em Paris, nos anos 1920.
Com uma beleza andrógena, os irmãos participaram de espetáculos em Hollywood e de produções do cinema francês. As gêmeas Rocky fizeram sucesso até 1937, quando decidiram se separar. Paal morreu em Nova York, em 1955 e Lief faleceu em 1967 em Kristiania, na Noruega.
4. Bert Savoy
Já muito familiar da dança de salão, aos 14 anos, Everett McKenzie criou Bert Savoy para trabalhar como dançarina de aluguel. A drag atuava em clubes, dançando com homens que a contratassem, entre os anos 20 e 30.
Com seus pés de valsa, Bert se tornou uma das maiores drags norte-americanas da época. Ela chegou a tentar carreira na astrologia, com o nome de Madame Veen, uma cartomante, mas foi presa e desistiu. Seu sucesso como dançarina teve fim quando Savoy estava passeando por Long Beach, nos Estados Unidos, e foi atingida por um raio, morrendo na hora.
5. Lavern Cummings
Paul L. Cummings fez história como a drag queen Lavern Cummings. A performista foi convidada, nos ano 50, a fazer parte do elenco do espetáculo itinerante formado apenas por drags da companhia Jewel Box Revue. As apresentações existiam desde os anos 30, mas foi Lavern quem fez o queixo do público cair, ao cantar tons tanto femininos, quanto masculinos com perfeição.
O auge da carreira de Cummings veio em 1956, quando ela ingressou no Finocchio’s Club, em San Francisco, também nos Estados Unidos. Lá, ela construiu seu caminho como cantora e se apresentou na boate por três décadas, até se aposentar.
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