Como fazíamos sem GPS? O caso é que a resposta é óbvia: com mapas, tecnologia que vem antes da escrita. Mas não quer dizer que ninguém pensou em melhorar. No começo do século 20, duas invenções parecidas tentaram resolver um dilema recente.
Uma coisa era você andar a pé ou a cavalo com um mapa na mão. Outra era andar de carro – e, ainda pior então, no começo da indústria automobilística. A chance de se perder aumentou na mesma proporção que a velocidade, e isso era um problema bem sério quando postos de gasolina não eram exatamente comuns.
O Plus Four Wristlet Route Indicator, criado em 1927, era simplesmente uma pulseira com um rolinho com um mapa, indicando várias rotas, todas saídas de Londres. Cabia ao motorista “atualizar” o mapa, fazendo-o correr girando um dial.
Alguns anos depois, uma versão bem mais avançada foi criada na Itália. Era o Iter Avto (com V mesmo, como se fosse em latim). Também tinha mapas em rolos, mas era conectado ao velocímetro do carro. Com isso, ele conseguia rolar o mapa automaticamente – o GPS quase pronto, nos anos 1930.
Nenhuma das invenções parece ter ido, com o perdão do trocadilho, muito longe. Além do óbvio inconveniente de mexer os mapas com a mão na versão britânica, ambas tinham uma séria limitação: não era possível rolar horizontalmente. Eles eram desenhados seguindo o contorno da estrada, de forma que norte e sul podiam ir parar em qualquer lugar. Além disso, qualquer desvio da rota significava ou trocar de mapa ou ficar perdido. Isso tornava seu uso inviável em cidades.
O fracasso não deixa de ser uma perda. Foi uma baita janela de tempo até os anos 2000, em que todo mundo reverteu ao método antigo: desenrolar um mapão no colo do “navegador” do banco ao lado, ou, pior, parando na beira da estrada para se achar.