Saiba mais sobre a participação dos filhos da princesa Isabel no conflito
Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 11/09/2021, às 08h00
Quando o Brasil se tornou uma República, baniu a família imperial em 1889, que fugiu para a Europa e estabeleceu uma vida nova no Velho Continente. A princesa Isabel e o esposo, o Conde D’Eu, tiveram vidas comuns na comuna francesa de Bolonha junto aos filhos. Isso mudou com a eclosão da Primeira Guerra Mundial.
Embora suas histórias sejam pouco conhecidas, netos de Dom Pedro II tiveram participação no conflito — os dois príncipes até mesmo morreram em decorrência dessa atuação. Os nobres D. Luís Maria e D. Antônio Gastão participaram da Primeira Guerra ao lado do Império Britânico.
Pensando nisso, separamos 5 fatos sobre a história dos filhos da princesa Isabel na Primeira Guerra.
Confira!
Dom Antônio Gastão e Dom Luís Maria eram reconhecidos como membros da família real francesa devido ao pai, o Conde D’Eu, que já havia aberto mão do trono francês ao se casar com Isabel. E quando chegaram ao país, aos oito e onze anos, respectivamente, tinham a intenção de defendê-lo quando completassem a idade do alistamento militar.
No entanto, acabou não sendo tão fácil assim. Os dois príncipes foram recusados pelo Exército francês, provavelmente pelo fato de o Brasil ser uma República. Por isso, se alistaram no Império Austro-Húngaro, então governado pelo tio deles, o imperador Francisco José I.
O que eles não imaginavam é que os dois países lutariam um contra o outro na Primeira Guerra Mundial. Eles deixaram o exército austríaco pouco antes do assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, estopim do conflito.
Fora dos exércitos tanto do Império Austro-Húngaro quanto da França, os dois príncipes se alistaram nas fileiras de outro império: o britânico. Isso aconteceu porque os nobres possuíam outro parentesco com a família real britânica, o que os levou a servir deste lado das trincheiras.
Eles ainda se consideravam franceses, foram treinados pelas forças militares do Império Austríaco, mas passaram a defender o exército britânico, o que passaram a fazer com a nova rejeição francesa em 1914.
Luís entrou no conflito em agosto de 1914 e permaneceu na guerra por quase um ano. Ele ficou encarregado pela parte da comunicação entre as trincheiras. Sua atuação deu-se principalmente em pântanos localizados no norte da França, que causaram problemas de saúde mais tarde.
O irmão, Antônio, participou de uma série de batalhas aéreas — como um prenúncio de sua morte, talvez. Ele se tornou ainda capitão do regimento Dragão Canadense Real, sendo um importante símbolo junto aos canadenses que defendiam a bandeira britânica.
Nenhum dos dois morreu exatamente em meio à guerra, mas ambas as mortes estiveram ligadas ao conflito. Antônio teve ainda mais azar. Ele não morreu durante as batalhas aéreas que travou, mas sim em decorrência dos ferimentos de um acidente de avião nos arredores de Londres com o fim da guerra, em 29 de novembro de 1918, aos 37 anos.
Luís faleceu devido a uma espécie de reumatismo que tirou sua vida em 1920, aos 42 anos. Antes disso, ele se movia em uma cadeira de rodas e chegou a ter as pernas paralisadas.
A dor de perder um filho é enorme. Perder dois filhos em um curto intervalo de tempo foi de tamanho sofrimento para a princesa Isabel que a saúde tanto física quanto mental da nobre acabaram indo ladeira abaixo.
No final da vida, a filha de Dom Pedro II começou a ter grande dificuldade de locomoção. Ela viria a falecer no dia 14 de novembro de 1921, aos 75 anos, apenas um ano depois da morte de Luís, que parece ter sido a gota d’água para o estado da princesa.
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