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Saquinho plástico

Cestos e vasos eram tão pesados que ir às compras era uma prova de resistência física

Álvaro Oppermann Publicado em 01/09/2006, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

É impressionante como a vida se tornou impraticável sem ele. Mas a soberania do saquinho plástico no planeta começou há pouco mais de 20 anos. Foi em 1982 que uma pesquisa do Instituto Gallup mostrou que o número consumido de sacolas plásticas suplantara nos Estados Unidos o das feitas de outros materiais.

Antes dele, as coisas não eram tão cômodas. Os ancestrais da sacolinha surgiram há cerca de 10 mil anos: cestos e balaios trançados com fibras vegetais na Mesopotâmia, no vale do Indo (Índia atual) e na América Central. Antes disso, por 2 milhões de anos, o homem se contentara com troncos ocos, conchas, carcaças de animais, folhas e artefatos de pedra para carregar alimentos.

O vaso de cerâmica, que possibilitava o transporte de substâncias líquidas, foi muito popular. Os primeiros surgiram há 12 mil anos, no Japão. A cerâmica era uma idéia tão boa que todas as civilizações um pouco mais sofisticadas a adotaram. As ânforas, vasos bojudos de gargalo estreito usados para o transporte de vinho, água e óleos, surgiram por volta de 900 a.C. na Grécia e se sofisticaram com o tempo – eram apenas um dos 24 tipos de vasos usados pelos gregos, e foram adotadas pelos romanos.

A forma de o homem carregar suas compras não mudou muito por toda a Idade Média e Renascença. Nos mercados venezianos do século 16, por exemplo, donas-de-casa e criados usavam pesados cestos de madeira. Um para frutas e legumes, outro para peixes e frutos do mar. As ânforas ainda eram usadas para o transporte do óleo de oliva.

O antecessor direto do saquinho plástico só surgiu em 1844. Era a sacola de papel, fabricada na Inglaterra. Foi um dos frutos da Revolução Industrial – e a primeira vez que o homem usava um produto descartável. “O impacto das mudanças foi tanto que alterou completamente o modo de vida por todo o mundo”, diz o historiador Nicolau Sevcenko, da Universidade de São Paulo.

Em 1941, dois químicos ingleses descobriram o material plástico que iria desbancar a sacola de papel: o polietileno (do qual é feita a maioria dos saquinhos hoje em dia). Sua popularização se deu a partir dos anos 70, com a implantação de pólos petroquímicos fabricantes do polietileno. O saquinho plástico virou, assim, lugar-comum no mundo.

 

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