Aventuras na História - Arquivo Aventuras

Red Coats: coreografia mortal

Formados em sua maioria por soldados proscritos, os britânicos provaram ser um inimigo duro e determinado para os exércitos de Napoleão

Danilo Cezar Cabral Publicado em 01/08/2008, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

p>As tropas britânicas que combateram os exércitos de Napoleão na península ibérica, em 1808-14, e em Waterloo, em 1815, foram recrutadas nas camadas inferiores da sociedade. Na época, em razão da miséria reinante, não eram poucos os que se alistavam motivados pela simples idéia de ter refeições regulares. Havia também os que buscavam abrigo no Exército para fugir de problemas com a lei, com o alcoolismo ou mesmo para escapar de credores.

Ao enfrentar os franceses, porém, os Red Coats (assim chamados por causa do casaco vermelho que usavam) transformaram-se em valentes soldados. A fama de bêbados e desordeiros ficara para trás e o que se destacava nos campos de batalha eram os efeitos da doutrina, treino intenso e punições draconianas a que eram submetidos no Exército.

Uma de suas principais características era a capacidade de manter a formação, suportando tenazmente a fúria dos inimigos. Quando a cavalaria francesa avançou sobre suas linhas, os Red Coats usaram formações em quadrado e permaneceram firmes, fazendo que os oponentes se parecessem com grandes ondas que quebravam na costa. No final, foi a “escória da terra” do duque de Wellington que venceu a guerra para os britânicos.

Companhias com formação em “quadrado”

Derivadas das formações com lanças, que puseram fim ao domínio da cavalaria nos campos de batalha na Idade Média. O quadrado era formado por uma barreira de infantaria com quatro homens de profundidade, com as baionetas apontando para fora. O grupo da frente sustentava a posição, enquanto o de trás disparava as salvas

Shako

Chapéu feito de feltro preto com a base e a aba de couro. Tinha duas características marcantes da infantaria leve britânica: a insígnia – uma corneta em formato de chifre – e a pluma verde em sua ponta

Mosquete e baioneta

Modelo India-Pattern, de 1797. Era uma versão do mosquete Brown Bess, com um alcance efetivo de 90 metros e usado pela última vez no motim indiano de 1857. Tinha um encaixe para uma baioneta de 43 centímetros que, somada ao mosquete, funcionava como uma pequena lança

Feridos

Eram arrastados para o centro do quadrado, onde os oficiais ficavam em pé ou em montaria, dando ordens. As bandeiras do regimento também ficavam no centro da formação

Companhias em Linha

Formadas por dois homens de profundidade, os soldados da linha disparavam salvas. O recarregamento acontecia três vezes por minuto. Isso se traduzia num volume de fogo de 1,5 mil tiros por minuto, por batalhão, uma barragem que dizimava as tropas francesas. As salvas eram seguidas por uma carreira com as baionetas armadas

Batalhões em coluna

Um batalhão era composto por dez companhias, cada uma com aproximadamente 50 soldados. Chegava ao campo de batalha em coluna, depois se voltava em direção ao inimigo. As duas companhias de flanco – a infantaria leve e os grenadiers – eram destacadas para as escaramuças

 

Acervo

Leia também

Oswaldo Aranha: O brasileiro que presidiu a assembleia que determinou a partilha da Palestina


Quando enganar o outro virou “conto do vigário”?


Otan x Pacto de Varsóvia: Mundo já esteve refém de suas trocas de ameaças


10 particularidades sobre a Guerra do Paraguai


Georgi Zhukov: o homem que liderou as batalhas mais importantes da URSS na Segunda Guerra


Liberdade, Igualdade, Fraternidade: Há 230 anos, era aprovada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão