Delicioso costume teve origem nas oferendas feitas aos deuses da Antiguidade
Rodrigo Cavalcante Publicado em 01/08/2007, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36
Celebrar uma data importante com direito a guloseimas tem sua provável origem nas festas de culto aos deuses da Antiguidade. Agradeça à deusa Ártemis, celebrada pelos gregos como a matrona da fertilidade, pelo aparecimento do bolo de aniversário. Ele é provavelmente a evolução de um preparado de mel e pão, no formato de uma lua, que fiéis levavam ao famoso templo em homenagem a ela em Éfeso, antiga colônia grega na atual Turquia.
Há especialistas que defendem outra teoria. Segundo ela, a tradição surgiu na Alemanha medieval, onde se costumava preparar uma massa de pão doce no formato do menino Jesus no Natal. Depois essa guloseima seria adaptada para a comemoração do aniversário de crianças.
Já o uso de velas também teria sido herdado do culto aos deuses antigos, que tinham a missão de levar, por meio da fumaça, os desejos e as preces dos fiéis até o céu, para que eles fossem atendidos.
Mas e as festas de aniversário? Até hoje, não se sabe a data exata de quando os nascimentos começaram a ser celebrados. Ainda nos dias atuais, a comemoração é um costume ocidental nem sempre seguido por outros povos. No Vietnã, por exemplo, os aniversários não são comemorados individualmente no dia do nascimento – e sim coletivamente, no ano-novo vietnamita, que segue o calendário lunar e acontece, em geral, entre os nossos 21 de janeiro e 9 de fevereiro.
Embora não saibam exatamente quando a tradição surgiu no Ocidente, os historiadores sabem que a festa já era conhecida na Antiguidade. “Os romanos não apenas comemoravam o dia do nascimento como tinham um nome para a festa: dies sollemnis natalis”, diz o historiador Pedro Paulo Funari, da Universidade Estadual de Campinas. “Há, por exemplo, um registro do século 2 em que uma cidadã chamada Cláudia Severa convida sua amiga Sulpícia Lepidina para a comemoração”, diz.
Outra tese que reforça a idéia de que foram os romanos os difusores dessa tradição é a existência de túmulos que registram com precisão o número de anos, meses e dias no sarcófago – o que indica que eles sabiam o dia exato do nascimento do sujeito. “Eles também comemoravam outros aniversários, como o da fundação de Roma, em 21 de abril”, diz Funari.
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