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Marc Bloch vai pro Panteão ou não vai?

Franceses debatem se historiador pode virar herói

Lúcia Monteiro Publicado em 01/08/2006, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

De tempos em tempos, os franceses se envolvem em campanhas para transferir o corpo de alguém para o Panteão, monumento inspirado nos templos homônimos grego e romano. Agora, o debate gira em torno do historiador Marc Bloch, morto em 1944, aos 57 anos.

Ser sepultado no Panteão é o equivalente a ser transformado num grande herói francês. O monumento, erguido no século 18 por ordem do rei Luís XV, tem hoje 73 túmulos. O último “grande homem” a ter os restos mortais transferidos para lá foi o escritor Alexandre Dumas, em 2002.

O processo para a “panteonização” costuma ser longo e depende do aval do presidente. Ter prestado um grande serviço à nação e estar morto há pelo menos 10 anos são as condições principais.

Marc Bloch lutou voluntariamente nas duas Grandes Guerras e, durante a ocupação alemã da França, foi preso e assassinado pela polícia nazista. Suas anotações do período da guerra foram reunidas pelo filho em L’histoire, la Guerre, la Résistance (“A história, a guerra, a resistência”, inédito em português).

 

Túmulo para poucos

Alguns dos grandes nomes sepultados no monumento

Voltaire (1694-1778)

Por suas posições anticlericais, o escritor não teve direito a cortejo quando morreu. Mas seus restos mortais foram transferidos ao Panteão em 1791 com pompa.

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)

O suíço, uma das principais inspirações da Revolução Francesa, foi “panteonizado” em outubro de 1794.

Victor Hugo (1802-1885)

O escritor republicano foi levado ao Panteão uma semana após sua morte num cortejo seguido por 1 milhão de pessoas.

Pierre (1859-1906) e Marie Curie (1867-1934)

Os caixões do casal de cientistas responsáveis pela descoberta da radioatividade foi transferido em 1995 por 12 estudantes.

 

Acervo

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