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Lápis

Antes do grafite, o homem apelou à criatividade para registrar seus feitos

Maria Carolina Cristianini Publicado em 01/03/2008, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

Registrar o cotidiano, fatos e realizações sempre fez parte de nosso instinto. Os primeiros humanos usavam instrumentos pontiagudos secos ou umedecidos em extratos de plantas ou sangue de animais para pintar, geralmente em pedras. Os gregos e romanos tinham artefatos parecidos com os lápis: chamados de paragraphos pelos gregos e de praeductal pelos romanos, eram barras de chumbo cilíndricas.

Os primeiros instrumentos considerados antecessores diretos do lápis moderno surgiram no século 12, com uma mescla de estanho e chumbo chamada “lápis de prata” e que foi utilizada por artistas como Leonardo da Vinci. Porém, a história do utensílio com o atual formato tem início no século 16, com a descoberta de jazidas de grafite – material que compõe o lápis – em Cumberland, na Inglaterra. Por causa da cor, acreditou-se que o achado era chumbo. Só no fim do século 18 o químico Karl Wilhelm Scheele comprovou que o grafite era um outro composto.

A partir de então, o material vindo das minas da Baviera, na Alemanha, começou a ser purificado por artesãos da cidade de Nuremberg, onde estavam os carpinteiros que, por volta de 1660, possuíam condições técnicas de produzir engastes de madeira para o minério. O modelo mais primitivo consistia de duas pequenas tábuas coladas, que levavam um bastão de grafite no meio. Mas foi apenas em 1795 que o militar francês Nicholas Jacques Conté inventou, em Paris, um método para produzir pequenas barras de grafite, que podiam inclusive ter a intensidade de cor e de traço regulada com variações da quantidade de argila na composição.

As famílias fabricantes de lápis só conseguiram se firmar quando teve fim o monopólio dos artesãos que detinham o conhecimento para revestir o grafite de madeira. Daí se originaram as atuais indústrias que produzem esse objeto que nos acompanha desde a infância.

 

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