Da Terra no centro ao rebaixamento de Plutão
Felipe Van Deursen Publicado em 01/11/2006, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36
Alguns corpos do sistema solar são conhecidos desde a Antiguidade, já que são visíveis a olho nu. Mas apenas há 500 anos o homem começou a entender o que realmente se passa no céu – inclusive a perceber que a Terra não era o centro do Universo. Veja aqui dez momentos da relação do homem com o sistema solar.
Séc. 2 a.C. - Geocentrismo
Ptolomeu, astrônomo de Alexandria, lança a teoria de que a Terra é o centro do Universo e os corpos celestes giram em torno dela. Além do Sol e da Lua, já eram conhecidos Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno – todos vistos a olho nu. Por conta da cor, Marte recebeu dos romanos o nome do deus da guerra. Na Ásia, era a “Estrela de Fogo”. No Egito, “O Vermelho”.
Séc. 16 - Heliocentrismo
O polonês Nicolau Copérnico virou o mundo do avesso ao elaborar, a partir de 1514, uma teoria que corrigia as idéias de Ptolomeu (e também do filósofo Aristóteles). A Terra não é o centro do Universo: é apenas um planeta que gira em torno do Sol. Nascia a teoria heliocêntrica.
Séc. 17 - Inquisição
Em 1610, Galileu Galilei descobriu quatro satélites de Júpiter, entre eles Ganimedes (a maior lua do sistema solar). Ele tornou-se um defensor da teoria de Copérnico e acabou julgado pela Inquisição. Para não ser condenado, declarou que a teoria era apenas uma hipótese e deu um tempo nos estudos – só retomados sete anos mais tarde.
1781 - Novo planeta
No século anterior, Christian Huygens e Giovanni Domenico Cassini aumentaram de oito para 17 o número de corpos conhecidos. No século 18, William Herschel, astrônomo britânico, descobriu um novo planeta e batizou-o de Georgium Sidus, em homenagem a seu rei, Jorge III. Em 1850, ele ganhou o nome que tem hoje: Urano.
1846 - Briga por netuno
Galileu já tinha observado Netuno, mas pensou que era uma estrela. Entre 1821 e 1846, cientistas franceses e ingleses disputam a descoberta do planeta. Hoje tanto o francês Urbain le Verrier quanto o inglês John Adams levam o mérito. Ao longo do século 19, mais oito satélites e centenas de asteróides foram descobertos.
1930 - Nasce Plutão
Em fevereiro de 1930, um jovem astrônomo chamado Clyde Tombaugh conseguiu fotografar Plutão no observatório de Percival Lowell, nos Estados Unidos – astrônomo que tentou a vida toda localizar o planeta. Mais 12 corpos principais, além de milhares de cometas e asteróides, foram descobertos até o lançamento das sondas Voyager, na década de 1970.
1969 - Guerra até a Lua
Na corrida espacial entre americanos e soviéticos, estes saem na frente em 1957 com o lançamento do Sputnik, primeiro satélite artificial, e com o cosmonauta Yuri Gagarin, primeiro homem no espaço, em 1961. Oito anos depois, os americanos enviaram Neil Armstrong à Lua.
1977 - As viajantes
Júpiter, Saturno, Urano e Netuno estavam em um raro alinhamento na década de 1970. A Nasa, agência espacial americana, aproveitou a oportunidade única e lançou a Voyager I, em 1977, e a II, em 1978. As missões, desde então, descobriram, entre outras coisas, que Júpiter também tem anéis e que o dia e o ano em Urano duram a mesma coisa (84 anos terrestres).
1998 - Vida lá fora?
A Nasa anuncia a possibilidade de haver um oceano salgado congelado debaixo da superfície de Europa, um dos satélites de Júpiter – o que pode indicar haver formas de vida. Em 2005, a sonda Mars Express, da Agência Espacial Européia (ESA), descobriu o primeiro lago gelado no planeta vermelho – isso reacendeu a discussão sobre vida.
2006 - Rebaixamento
Em 2003, um corpo maior que Plutão, Xena, foi descoberto no Cinturão de Kuiper (área a partir de Netuno) e suscitou uma discussão que só acabou em agosto. Foi quando se decidiu que Plutão é um planeta-anão – um corpo pequeno com órbita congestionada.
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