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Alimentação: Questão de gosto

Na história dos banquetes, a humanidade já comeu de tudo: de patê de rato a carne estragada. Sempre com excelente apetite

01/12/2007 00h00 Publicado em 01/12/2007, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

Na coroação do rei Ricardo III como monarca da Inglaterra, em 1483, não faltaram pratos esquisitos. No cardápio, constavam quitutes como geléia doce feita com miolos e rim de porco selvagem e, num toque de extravagância, um pavão servido com as penas intactas, para dar a impressão de estar vivo. “Quem acha estranho que os ingleses se refestelassem com tais alimentos deve lembrar que os gostos alimentares da Idade Média e Moderna eram muito diferentes dos de hoje”, diz a historiadora da alimentação Gillian Polack. Outra mania dos ingleses era o modo de servir a carne de veado, prato indispensável nas festas da nobreza: já semideteriorada. Segundo o gosto da época, isso aguçava o sabor. Para mascarar o sabor de estragado, os cozinheiros bretões viraram especialistas no preparo de molhos picantes, que culminaram no século 19 com o “molho inglês”, à base de vinagre, açúcar, polpa de pimenta e outros condimentos.

Na França, durante o cerco de Paris em 1870, a comida estava escassa. Na ceia de Natal daquele ano, o sofisticado restaurante Voisin teve de se virar: um de seus pratos foi patê de rato e gato assado, servido com salada de agrião e regado a vinho branco Latour safra 1861. A esquisitice, bem preparada, passou despercebida. O banquete mais bizarro da história, porém, foi incontestavelmente o do crítico de gastronomia francês Grimod de la Reynière. Em 1812, enviou uma nota falsa de falecimento a todos os chefs parisienses (que o odiavam), convidando-os para um banquete de funeral. Ao chegarem, foram surpreendidos por uma cena macabra: os pratos – como salada de lagartixa e escorpiões refogados – eram servidos sobre caixões.

 

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