Lançado originalmente em 2022, 'Noites Brutais (Barbarian)' chegou à Netflix na última quinta-feira, 2, e vem sendo o terror mais comentado da última semana
Publicado em 06/05/2024, às 17h00
Na última semana, chegou à Netflix um filme lançado originalmente em 2022 que, na época, deu o que falar. Dirigido por Zach Cregger, 'Barbarian' (também chamado de 'Noite Brutais', no Brasil) se destaca entre as produções mais assistidas do serviço de streaming pelos brasileiros.
"Uma jovem descobre que a casa que alugou já está ocupada por um estranho. Contra seu melhor julgamento, ela decide passar a noite, mas logo percebe que há muito mais a temer do que apenas um hóspede inesperado", descreve a sinopse do longa. Confira o trailer (que, caso você não tenha assistido ao filme e queira preservar a experiência e a surpresa, a recomendação é que não o assista):
Apresentado o cenário inicial do filme, em que nossa protagonista, Tess (interpretada por Georgina Campbell), se vê dividindo uma casa alugada com um homem desconhecido, Keith (Bill Skarsgård, que já assusta qualquer um que assistiu 'It - A Coisa', de 2017), é logo clara uma situação de tensão no filme, sendo o homem uma figura ameaçadora por si só.
+ Veja três casas de férias da família real britânica disponíveis para aluguel
Porém, já é possível adiantar: o verdadeiro terror está além de qualquer imaginação. Mas afinal, qual foi a inspiração para o diretor (e roteirista) de 'Barbarian' criar o icônico filme? Entenda!
Em entrevista à Screen Rant, Cregger revelou que teve sua ideia inicial para 'Barbarian' depois de ler o livro 'The Gift of Fear' ('Virtudes do Medo', em português), uma obra de autoajuda escrita pelo consultor de segurança Gavin de Becker.
No livro, de Becker detalha como o comportamento de muitos homens em relação às mulheres pode, muitas vezes, possuir vários pequenos sinais de alerta. Por isso, as mulheres deveriam prestar "atenção naquela vozinha dentro de suas cabeças" pois, muitas vezes, quando contornam essas pequenas "redflags", podem acabar prejudicadas.
"Esses sinais de alerta podem ser coisas inócuas, como um homem elogiando uma mulher quando ela não pediu, ou fazendo-lhe um favor que ela não pediu, ou iniciando o toque físico — mesmo que não seja de forma sexual. Há todos os tipos de pequenas coisas que você realmente deveria prestar atenção", explica o diretor sobre o conteúdo do livro.
[...] Percebi que nunca penso sobre essa merda. Porque sou um cara, então não preciso considerar metade da população como uma ameaça potencial. E foi apenas um momento de 'puta merda' para mim", acrescenta na entrevista.
+ Debbie Harry quase se tornou uma das vítimas de Ted Bundy: "Disse que me daria uma carona"
Então, após ler o livro, Zach Cregger decidiu que queria descrever e produzir uma única cena que incluísse "tantas daquelas pequenas redflags que eu ignoraria". "Eu não queria escrever um filme", acrescentou ele ao Screen Rant, mas aquela única cena acabaria originando 'Barbarian'.
"Eu só queria escrever uma cena onde pudesse carregar tantas daquelas pequenas redflags estranhas que eu ignoraria, mas uma mulher provavelmente não deveria. Pensei em uma reserva dupla do Airbnb, e você está preso em uma casa com um homem tarde da noite, e ele está fazendo todas essas coisas. [...] Essa é a alegria daquela cena: tentar decodificá-la".
Embora tudo que tenha inspirado a produção de 'Barbarian' leve o espectador a pensar em uma narrativa bastante pé no chão e condizente com a realidade, aqueles que já assistiram ao filme sabem que, a partir da metade de sua duração, a trama toma direções até então inimagináveis.
Para alguns, a surpresa desprende o espectador da narrativa e desconecta dos personagens; para outros, essa quebra de expectativa e de padrões narrativos apenas engrandece mais a obra. De qualquer forma, o filme foi bastante elogiado e se mostra como mais um notório e elogiável exemplo dos filmes de terror socialmente conscientes que vêm conquistando público nos últimos anos.