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Matérias / Personagem

Arthur C. Clarke: O escritor que previu o futuro

Responsável por descrever o que hoje conhecemos como cirurgia remota e até inteligência artificial, ele inspirou um dos maiores filmes da história

Wallacy Ferrari
por Wallacy Ferrari
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Publicado em 27/06/2023, às 20h00

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Montagem de Arthur em chuva de caracteres digitais - Domínio Público / Wikimedia Commons
Montagem de Arthur em chuva de caracteres digitais - Domínio Público / Wikimedia Commons

Mesmo 15 anos após sua morte, o legado do escritor britânicoArthur C. Clarke permanece vivo, com suas obras sendo amplamente lidas e admiradas, inclusive sendo adaptadas em novas criações e ganhando o âmbito digital.

Um de seus contos mais notáveis, intitulado "The Sentinel", publicado em 1951, serviu de inspiração para o icônico filme "2001: Uma Odisseia no Espaço", dirigido por Stanley Kubrick em 1968. Essa colaboração entre o talento literário de Clarke e a visão cinematográfica de Kubrick levou a uma obra-prima que ainda hoje é celebrada como um marco na história do cinema de ficção científica.

Clarke, que dividia seu tempo como inventor, também ficou famoso por suas previsões audaciosas sobre o futuro da tecnologia, muitas das quais foram inicialmente ridicularizadas, mas acabaram se revelando acertadas ao longo das décadas seguintes, como enfatizou o jornal britânico BBC.

No campo das telecomunicações, Clarke previu com precisão o advento de um mundo interconectado, afirmando: "Essas coisas vão tornar possível um mundo onde poderemos estar em contato instantâneo um com o outro, onde quer que estejamos". Suas palavras se tornaram realidade com o desenvolvimento da tecnologia via satélite, que possibilitou a transmissão de televisão, telefonia e internet em escala global.

Visão de futuro

Clarke demonstrou sua visão em uma gravação de 1964, quando exemplificou que, um dia, neurocirurgiões em Edimburgo, na Escócia, poderiam realizar operações em pacientes localizados na distante Nova Zelândia. Surpreendentemente, essa previsão se concretizou em 2001, quando cirurgiões em Nova York realizaram com sucesso a primeira cirurgia remota em um paciente localizado em Estrasburgo, na França, a 6 mil quilômetros de distância.

Médico realiza operação cirúrgica remotamente / Crédito: Divulgação/EClinicalMedicine

De acordo com a Folha de S. Paulo na época, a operação foi possível com o auxílio da companhia de telecomunicação France Telecom junto da norte americana Computer Motion, especializada em robótica cirúrgica, que possibilitou a transmissão de alta velocidade para a extração da vesícula biliar de uma paciente de 68 anos, num procedimento que durou 54 minutos.

Contudo, nem todas as previsões de Clarke foram otimistas; ele também alertou sobre os possíveis riscos da inteligência artificial (IA), prevendo que as máquinas eventualmente superariam seus criadores. Embora tenhamos testemunhado avanços significativos na IA, desde carros autônomos até assistentes de voz inteligentes, os seres humanos ainda mantêm o controle — pelo menos por enquanto.

Arthur C. Clarke faleceu no ano de 2008, deixando para trás um legado duradouro que continua a inspirar e influenciar a ficção científica e o mundo da tecnologia. Suas visões pioneiras ecoam até os dias de hoje, servindo como um lembrete constante de que o futuro está em constante evolução e que a imaginação aliada à curiosidade humana é uma força poderosa capaz de moldar o mundo em que vivemos.