O esqueleto foi “desmascarado” no México depois de ficar exposto por 50 anos e o resultado surpreendeu os pesquisadores; entenda o caso!
Em 19 de setembro de 2017, um terremoto abalou o Palácio de Cortés, em Cuernavaca, no México, levando a restaurações que desvendaram um equívoco de décadas. O Instituto Nacional de Antropologia e Historia (INAH) revelou nesta quinta-feira (18) uma surpreendente descoberta: uma sepultura, anteriormente atribuída a um monge espanhol, revelou-se ser de uma mulher asteca.
O Palácio de Cortés passou por reestruturações após o terremoto, transformando-se no atual Museu Regional dos Povos de Morelos. Durante o processo, uma equipe de pesquisadores do Centro INAH em Morelos reavaliou a sepultura que por 50 anos foi exposta aos visitantes através de uma janela arqueológica.
A placa na sepultura indicava: "Sepultura encontrada in situ de um homem com vértebras deformadas. Tradicionalmente, afirma-se que pode ser o monge Juan Leyva, que serviu à Marquesa dona Juana de Zúñiga de Arellano, esposa de Hernán Cortés e residente deste palácio. No entanto, pelo tipo de postura, pode ser um sepultamento indígena".
Contudo, a análise recente dos ossos revelou que se tratava, na verdade, de uma mulher tlahuica, membro de uma tribo asteca que estabeleceu seu domínio na colina de Cuauhnáhuac, de acordo com a Galileu.
Os antropólogos físicos Pablo Neptalí Monterroso Rivas e Isabel Bertha Garza Gómez conduziram a avaliação da sepultura. Inicialmente acreditava-se que o morto era um clero, mas detalhes arquitetônicos e a posição dos ossos indicaram um contexto mais associado a sepultamentos pré-hispânicos.
A observação craniana aponta para um sujeito gracioso sem inserções musculares proeminentes [...]; da mesma forma, a pelve é claramente feminina. Isso contradiz a ideia de que se trata do monge Juan Leyva", afirmam os pesquisadores na revista El Tlacuache, do Centro INAH Morelos.
O estudo antropofísico sugere que a mulher tinha entre 30 e 40 anos de idade no momento da morte, estimada pela altura aproximada de 1,47 metro. Marcas de modificação cefálica intencional associam-na aos grupos pré-hispânicos, possivelmente tlahuica.
A sepultura revelou mais surpresas, com os ossos de outros dois indivíduos (uma criança e um jovem adulto) e o úmero (nome de um osso) de um veado adulto. Este último apresentava sinais de tratamento térmico, indicando possível uso como ferramenta pelos antigos habitantes.