De acordo com pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), os sons emitidos pelas baleias cachalote possuem uma lógica complexa; entenda!
As baleias cachalotes estão no centro de uma descoberta inovadora: pela primeira vez, pesquisadores conseguiram decifrar um alfabeto de sons emitidos por essas majestosas criaturas marítimas, revelando uma lógica por trás de suas complexas vocalizações.
Esta pesquisa, conduzida por uma equipe do Laboratório de Ciência da Computação e Inteligência Artificial do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, CSAIL), nos Estados Unidos, foi detalhada em um artigo publicado no periódico Nature Communications na última terça-feira, 7.
Segundo informações da revista Galileu, as baleias cachalotes possuem vocalizações específicas, conhecidas como codas, que consistem em pequenos cliques utilizados para a comunicação entre os membros do grupo.
O estudo desses sons revelou um sistema de comunicação muito mais elaborado do que se imaginava anteriormente. Os pesquisadores analisaram mais de 9 mil codas, buscando padrões e repetições com o auxílio da Inteligência Artificial (IA), utilizando equipamentos de gravação, chamados de etiquetas acústicas, colocados nos corpos de algumas baleias cachalotes que habitam os mares do Caribe.
O resultado foi a identificação de um "alfabeto fonético das cachalotes", composto por diversos elementos como "ritmo", "tempo", "rubato" e "ornamentação", que interagem para criar uma ampla variedade de codas.
Jacob Andreas, professor do MIT e membro da equipe do Projeto CETI ('Iniciativa de Tradução Cetacea', em inglês), comentou, segundo a Galileu: "Este artigo mostra que a comunicação das cachalotes possui algumas das mesmas características estruturais dos sistemas de comunicação mais sofisticados do reino animal. Estamos entusiasmados em começar a estudar como ela é usada para transmitir significado".
As gravações revelaram uma espécie de "conversa" entre membros da mesma família de baleias. Os diferentes aspectos das codas variam de acordo com o contexto da interação, como a duração dos sons e a adição de cliques ornamentais.
Além disso, descobriu-se que blocos específicos das codas podem ser combinados, permitindo que as cachalotes construam um amplo repertório de vocalizações distintas.
O próximo passo da equipe é traduzir as codas para entender ainda melhor a comunicação entre esses animais.
Nossas descobertas indicam a presença de conteúdo informativo estruturado e também desafiam a crença predominante entre muitos linguistas de que a comunicação complexa é exclusiva dos humanos”, afirma Daniela Rus, diretora do CSAIL e professora do MIT.
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