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Notícias / Arqueologia

Restos mortais de dezenas de cavalos são encontrados em túmulo de 2800 anos

Restos mortais de humanos e cavalos sacrificados foram encontrados em uma estrutura funerária monumental na região de Tuva, no sul da Sibéria

por Giovanna Gomes
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Publicado em 20/12/2024, às 14h12

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Restos mortais de cavalo encontrados na Sibéria - Divulgação/Trevor Wallace
Restos mortais de cavalo encontrados na Sibéria - Divulgação/Trevor Wallace

Um grande túmulo encontrado na Sibéria, datado de 2.800 anos atrás, revelou práticas funerárias de uma cultura intimamente relacionada aos citas, conhecidos por seus rituais elaborados e sacrifícios rituais. Descoberto em Tuva, no sul da Sibéria, o kurgan — uma estrutura funerária monumental — abrigava os restos mortais de uma figura de elite, acompanhada de pelo menos um humano e dezenas de cavalos sacrificados.

A escavação, descrita em um estudo publicado na revista Antiquity, revelou artefatos decorados com temas animais e equipamentos de equitação, sugerindo uma cultura semelhante à dos citas, que mais tarde viveriam a milhares de quilômetros a oeste. “A tumba Tunnug 1 é um enterro de elite da mais alta ordem”, explicou Gino Caspari, arqueólogo do Instituto Max Planck de Geoantropologia.

Enquanto o estudo mencionava 18 cavalos sacrificados, descobertas posteriores elevaram esse número para várias dezenas, conforme informou o portal Live Science.

A datação por radiocarbono situou o túmulo no final do século IX a.C., tornando-o um dos mais antigos a exibir práticas funerárias citas. Os arqueólogos acreditam que a estrutura pode marcar o início de uma tradição que perdurou por séculos, conforme descrito pelo historiador grego Heródoto no século V a.C.

Túmulo cita encontrado no sul da Sibéria / Crédito: Divulgação/Trevor Wallace

Heródoto relatou que os citas sacrificavam servos e cavalos para acompanhar seus líderes na vida após a morte. Após serem mortos, os cavalos eram empalhados e posicionados como se estivessem cavalgando em torno do túmulo. Embora a madeira e os ossos tenham se degradado com o tempo, os pesquisadores ainda buscam pistas sobre como esses “cavaleiros espectrais” foram dispostos no local.

Esqueletos

A análise dos esqueletos dos cavalos revelou que a maioria tinha entre 9 e 15 anos, com alguns ultrapassando os 20 anos, indicando que os citas não necessariamente sacrificavam os melhores animais de seus rebanhos. Por outro lado, os restos humanos encontrados na superfície do túmulo provavelmente pertencem às vítimas sacrificadas, destinadas a servir como guardiões na vida após a morte.

Embora a cultura cita tenha deixado poucos registros escritos, suas práticas funerárias continuam a fascinar pesquisadores. Novas escavações em Tunnug 1 podem lançar mais luz sobre os complexos rituais desse antigo povo.

+ Confira aqui o estudo completo.