Atribuída à frota de Vasco da Gama, embarcação pode ter participado da última viagem do navegador português; saiba mais!
Um naufrágio descoberto na costa do Quênia pode ser de um navio que integrou uma das viagens pioneiras de Vasco da Gama ao Oceano Índico há 500 anos, afirmam arqueólogos.
Os restos da embarcação, localizados em 2013 próximo à cidade de Malindi, estão entre os oito naufrágios portugueses documentados na região durante aquele período. Pesquisadores acreditam que o navio pode ser o São Jorge, que afundou em 1524, embora a identificação ainda não esteja confirmada.
Se confirmado como o São Jorge, seria o primeiro naufrágio europeu registrado no Oceano Índico. "Ainda não sabemos ao certo", explicou à Live Science Filipe Castro, arqueólogo marítimo da Universidade de Coimbra, em Portugal, e principal autor de um estudo recente sobre o achado.
Publicada em 18 de novembro no Journal of Maritime Archaeology, a pesquisa detalha os avanços na investigação do naufrágio. Castro e sua equipe planejam realizar um levantamento arqueológico ao longo dos recifes de corais que se estendem desde Malindi até Ras Ngomeni, uma área de cerca de 25 quilômetros.
O naufrágio está localizado a aproximadamente 500 metros da costa e a uma profundidade de 6 metros. A estrutura do navio é pouco visível entre os corais no fundo do mar, mas arqueólogos escavaram partes do casco e da estrutura em duas trincheiras submersas, revelando importantes fragmentos de madeira.
Vasco da Gama (1469–1524) foi um dos maiores exploradores da era das grandes navegações, responsável por abrir a rota marítima entre a Europa e o Oceano Índico. Em 1497, liderou a primeira expedição a contornar o Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África, chegando à Índia.
Da Gama realizou mais três viagens ao longo da rota antes de falecer na Índia, possivelmente devido à malária, em 1524. Suas explorações foram fundamentais para estabelecer o império comercial português na região.
A descoberta do naufrágio não apenas fornece pistas sobre as viagens marítimas da época, mas também pode ajudar a aprofundar o entendimento sobre as operações e os impactos da exploração portuguesa no Oceano Índico.