A autora da série Elena Favilli conta sua escolha de representar imigrantes em sua obra
Rafaela Bertolini, sob a supervisão de Isabella Bisordi Publicado em 30/11/2021, às 17h33
Histórias de ninar sempre fizeram parte da rotina de pais e crianças. Então por que não aproveitar este momento para apresentar aos pequenos histórias reais de grandes personalidades femininas? Essa foi a ideia da autora italiana Elena Favilli, que retorna para mais um livro da série “Garotas Rebeldes” após o sucesso de sua primeira publicação, em 2017.
Em edição publicada pelo selo Outro Planeta, da Editora Planeta, Favilli reúne contos curtos sobre 100 mulheres imigrantes que mudaram o mundo, mesmo longe de seus países de origem. Dentre os nomes, estão Rihanna, Carmen Miranda, Lupe Gonzalo, Maria Goeppert Mayer, Olga Korbut e muitas outras mulheres que deixaram suas marcas em diversos campos de atuação.
Em entrevista com a Aventuras na História, Elena Favilli contas sobre a sua escolha de retratar mulheres imigrantes:
A maioria dos refugiados são mulheres e, mesmo assim, a imigração raramente é contada pela perspectiva da mulher. Eu achei que era importante que [a série] Garotas Rebeldes oferecesse essa perspectiva".
A ideia de escrever histórias no formato de contos de ninar também não foi por acaso. Segundo a autora, elas foram elaboradas em torno do momento mágico da hora de dormir. “As histórias que lemos antes de adormecer na infância têm um impacto enorme em quem nos tornamos quando crescemos”, ressalta.
A edição brasileira conta exclusivamente com as histórias de Paola Carosella, Claudia Andujar e Tomie Ohtake. Favilli conta que ficou contente com a inclusão dessas personalidades no livro, embora não conheça a trajetória da maioria delas.
Eu conhecia a Claudia Andujar e seu trabalho com os índios Yanomani. Eu fico muito feliz que essas histórias foram incluídas porque acho que elas irão fazer o livro ainda mais relevante para nossos leitores brasileiros.”
Dentre todas as 100 mulheres retratadas no livro, Elena cita que uma das histórias que mais marcou seu coração foi a da líder rural Lupe Gonzalo, uma imigrante da Guatemala que mudou-se para os Estados Unidos. “Mesmo com sua ferocidade para enfrentar a colheita de tomates na Flórida, ela conseguiu mudar a vida de muitos trabalhadores da agricultura ao criar o Programa Alimento Justo”, ressalta a autora. Através dele, Lupe pedia para que mercados e restaurantes que comprassem alimentos apenas de fazendas, pagassem um salário justo aos trabalhadores e oferecessem condições de trabalho seguras e saudáveis.
Elena Favilli também é imigrante. Nascida na Itália, a autora mudou-se para os Estados Unidos com o objetivo de estudar na Universidade de Berkley, e hoje considera o país seu lar, por ser o lugar onde fundou sua companhia e escreveu seus livros. Com sua mais nova obra, Favilli conta que pretende mostrar que garotas também podem ser heróicas e ter os mesmos sonhos e oportunidades que os garotos. A autora também aproveita para deixar uma mensagem encorajadora para cada leitora que deseja começar uma vida nova em outro país:
Eu a encorajo a olhar os exemplos de outras mulheres imigrantes que deixaram uma marca em seus países. Nunca será uma jornada fácil, mas isso deixará sua vida muito mais rica.”
“História de Ninar para Garotas Rebeldes: 100 mulheres imigrantes que mudaram o mundo” será lançado no dia 6 de dezembro de 2021, e o livro já está em pré-venda na Amazon. A edição é feita de capa dura soft touch e é recheada de ilustrações que acompanham as histórias de ninar.
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