A jovem de origem curda foi vendida em troca de uma pistola e violentada inúmeras vezes
Victória Gearini Publicado em 27/06/2020, às 11h00 - Atualizado às 20h45
Muitas mulheres são sequestradas, agredidas e vendidas como escravas sexuais pelo Estado Islâmico (EI), sendo algumas yazidis ou cristãs. A obra Escrava do Estado Islâmico retrata a experiência de Jinan Badel, uma jovem que foi submetida a essas condições desumanas.
O livro foi lançado em 2016, em parceria com o jornalista francês Thierry Oberlé e conta em detalhes a saga de Jinan, que aos 18 anos foi mantida em um cativeiro no Iraque, durante três meses, em 2014. A jovem de origem curda foi agredida sexuamente e psicológicamente por jihadistas.
Os abusos físicos e psicológicos
Durante este período, Jinan foi mantida presa em diversos lugares, sendo um deles em Masul. Ela foi vendida, ainda, para um ex-policial e um imã, que a prenderam em uma residência com outras meninas curdas.
"Se negávamos, éramos agredidas, presas do lado de fora em pleno sol, obrigadas a beber água onde flutuavam ratos mortos. Às vezes, nos submetiam a choques elétricos. Esses homens não são humanos, só pensam em morte, em matar. Usam drogas sem parar. Querem se vingar de todo o mundo. Afirmam que um dia o Estado Islâmico reinará no mundo inteiro", disse Jinan em entrevista à AFP, em 2015.
Constantemente Jinan era reunida a outras dezenas de mulheres, onde eram abusadas sexualmente e expostas a humilhações, devido às suas aparências e crenças. No livro, Badel conta, ainda, que se alguma mulher negasse os tratamentos cruéis, ou questionasse, era agredida e até mesmo morta.
Era comum, ainda, ver compradores iraquianos, sírios, e até mesmo estrangeiros ocidentais, no mercado de escravas sexuais. Quanto mais jovem e bela, maior o preço, sendo estas mulheres reservadas a clientes do Golfo.
Refúgio no Curdistão iraquiano
Durante a entrevista à AFP Jinan recordou que certa vez foi trocada por uma pistola e que seus compradores debochavam e satirizavam sua situação desumana. No entanto, certa noite, a jovem conseguiu fugir do cárcere, após roubar a chave que a mantia presa.
"Se voltarmos aos nossos povoados, haverá outros genocídios contra nós. A única solução seria se tivéssemos uma região nossa sob proteção internacional", desabafou Jinan à AFP.
Com medo de represália e temendo pela sua segurança e a da sua família, depois do ocorrido, Jinan reencontrou seu marido e passou a viver em um campo de refugiados curdos no Curdistão iraquiano.
+Saiba mais sobre o tema por meio de grandes obras disponíveis na Amazon:
Escrava do Estado Islâmico, de Jinan Badel e Thierry Oberle (2016) - https://amzn.to/31kXJa7
Que eu seja a última: Minha história de cárcere e luta contra o Estado Islâmico, de Nadia Murad (2019) - https://amzn.to/3ePc4Q5
Reze pelas mulheres roubadas, de Jennifer Clement (2015) - https://amzn.to/3eDIH31
Estado Islâmico: Desvendando o Exército do Terror, de Michael Weiss e Hassan Hassan (2015) - https://amzn.to/2YFPHa9
A origem do estado islâmico, de Patrick Cockburn (2016) - https://amzn.to/2Abfj5c
Nas sombras do Estado Islâmico, de Sophie Kasiki (2016) - https://amzn.to/3exBUYx
Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.
Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp
Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/2yiDA7W
6 livros para dormir com a luz acesa no Halloween
Incidente do Passo Dyatlov: o mistério por trás da morte dos esquiadores russos
Stephen King: Recomendamos 8 obras para conhecer o mestre do terror
Conheça 8 obras que contam os comoventes relatos de sobreviventes do holocausto
Dia Nacional do Livro: 8 indicações de obras contemporâneas
A verdadeira e sombria história de Pinóquio que deu origem à animação da Disney