Os Bons Companheiros: conheça o livro que inspirou o filme de Martin Scorsese

Os Bons Companheiros, ou The GoodFellas, é sem sombra de dúvidas um dos maiores filmes já feitos pelo icônico diretor de Hollywood Martin Scorsese. Lançado em 1990, o longa conta com Robert De Niro, Ray Liotta e Joe Pesci em seu elenco. Mas você sabia que Scorsese se baseou em uma história real?

Nós conhecemos um pouquinho dessa história através do livro "Os Bons Companheiros", escrito pelo jornalista Nicholas Pileggi, que conta mais sobre a história de Henry Hill, nascido no Brooklyn de Nova York. Com apenas doze anos, ele passou a integrar uma gangue de mafiosos que atuava na vizinhança como garoto de recados. Com descendência irlandesa, Hill integra a máfia controlada pela família Lucchese, considerada uma das mais poderosas entre as famílias mafiosas originais da cidade.

O autor resgata a vida e trajetória de Hill para este livro impressionante, cheio de detalhes brutais e com a violência sempre presente em sua narrativa. É assim que você acompanha o dia a dia do protagonista, que participou das atividades dos Lucchese por quase três décadas, até ser preso em 1980. E para não precisar encarar uma longa prisão sob a acusação de tráfico de drogas, Hill delatou todos os seus antigos colegas e enviou dezenas de pessoas para a prisão com ajuda do Programa Federal de Proteção à Testemunha.

É ali que ele se aproxima do jornalista Nicholas Pileggi, que já era reconhecido por cobrir o mundo do crime organizado, e pede para que sua história seja contada. Assim surgiu "Os Bon Companheiros", que explica os bastidores da organização criminosa pela perspectiva de alguém que teve acesso incomum a chefes do alto escalão. A obra expõe desde a corrupção dentro do sistema judicial, que permite que essas famílias mafiosas continuem existindo, até a escalada feita por Hill para conseguir alto status na gangue.

Anos depois, Martin Scorsese encontrou este livro e decidiu contar essa história para o cinema. O diretor disse: “Quando li o livro pela primeira vez, não consegui largá-lo. Quando dei por mim, já estava fazendo anotações, visualizando movimentos, cortes, trilha sonora. Foi então que percebi: preciso fazer este filme”. E assim nasceu um dos grandes clássicos da carreira de Scorsese e do cinema moderno.