Considerado um dos mais influentes dramaturgos da história, o Bardo de Avon pode, na verdade, nunca ter existido. Confira essa teoria
Victória Gearini Publicado em 23/04/2020, às 06h00
Considerado um dos maiores dramaturgos da História, William Shakespeare (1564-1616) ainda hoje intriga historiadores e a comunidade literária. Há quem acredite que o romancista plagiava suas obras de outras pessoas e há, também, quem acredite que ele possa nunca ter existido de fato.
Pouco se sabe sobre William Shakespeare. Os poucos documentos preservados a seu respeito podem dar brechas à imaginação. O jornalista Sérgio Pereira Couto, autor da obra Grandes Mistérios da História: A teoria da conspiração e os segredos por trás dos acontecimentos, compilou diversos fatos históricos que possuem várias versões, entre elas da existência de Shakespeare.
Shakespeare teria sido um dos mais importantes escritores de peças de teatro do renascimento, responsável por obras como Romeu e Julieta, MacBeth e O Mercador de Veneza e Hamlet. Suas peças retomam conteúdos da Antiguidade Clássica, remasterizados sob a visão do mundo político em formação na Europa Renascentista, marcado pela autofagia do Estado e pela violência.
“Há quem acredite que o nome não seria de uma só pessoa, mas sim a denominação de um grupo de autores que se reunia para criar histórias cativantes para o público da época, nos melhores moldes de uma equipe de roteiristas de novelas televisas”, escreveu Sérgio Pereira Couto.
De acordo com o jornalista, os antistratfordianos — pessoas que questionam as peças shakespearianas — acreditam que escritores da época criaram uma sociedade secreta e passaram a utilizar o pseudônimo Shakespeare, a fim de esconderem suas identidades e fugirem de perseguições políticas.
“Para os antistratfordianos Shakespeare nada mais era do que um testa de ferro para outros indivíduos que, por serem perseguidos por seus ideais políticos, ou serem avessos a terem seu nome divulgado no meio artístico, mudavam os nomes”, explicou o jornalista.
Um exemplo que o autor apresenta em sua obra é a história do dramaturgo britânico Christopher Marlowe (1564-1593). Popular por dar vida a Eduardo II e O judeu de malta, o escritor foi perseguido pelos seus ideais políticos.
Um dia antes de ser preso e acusado de ateísmo foi morto durante uma briga em uma taverna. Segundo o jornalista canadense Calvin Hoffmann, a morte de Marlowe foi forjada e o escritor teria escapado e se exilado, onde passou a escrever com o nome Shakespeare.
“Estou convencido, quase ao ponto da obsessão, de que William é o maior e o mais bem-sucedido farsante que já brincou com a paciência humana”, disse o romancista Henry James (1843-1916), em 1903.
Embora existam diversas teorias sobre Shakespeare, nenhuma nunca foi comprada. O que se sabe sobre o dramaturgo é que ele deixou 38 peças, 154 sonetos, dois longos poemas narrativos e outras poesias memoráveis.
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