Em um episódio relatado por Heródoto, o soberano foi substituído e traído pelo seu general durante revoltas populares
Victória Gearini Publicado em 01/01/2020, às 18h00
O faraó Apriés governou o Egito na Época Baixa e pertenceu a 26ª dinastia egípcia, entre 589 a.C. e 570 a.C.. Por mais de 20 anos, o governante reinou sobre a região com uma autoconfiança inabalável. Apriés apoiou a população da Síria-Palestina contra os Babilônios. Quando seus inimigos apossaram-se de Jerusalém, sob o controle de Nabucodonosor II, muitos judeus foram presos, mas outros conseguiram migrar para Elephantine, onde encontraram um novo lar.
Em 570 a.C. o soberano foi informado sobre a situação na Líbia. Os gregos haviam invadido Cirene (cidade-estado no norte da África), ao saber deste fato, o faraó declarou seu apoio ao líder da região e enviou um exército até a cidade.
Os soldados de Apriés foram superados na batalha e as perdas foram significativas. Após a derrota, as famílias que perderam alguns entes queridos e sobreviventes montaram uma rebelião contra o faraó. Diante do tumulto, ele enviou o general Amásis para apaziguar a situação e o mandou dizer à população que estava descontente com a falta de lealdade.
Embora tenha permanecido leal por um tempo, Amásis foi eleito pelo exército como o novo rei do Egito. Quando Apriés descobriu o que estava acontecendo, enviou Patarbemis até Amásis para convencê-lo a se entregar como traidor.
Segundo o geógrafo e historiador grego, Heródoto (485 a.C.– 425 a.C.), Patarbemis entregou a mensagem para Amásis, que enquanto estava sob o seu cavalo, levantou suas nádegas da sela e soltou um peido: "Você pode enviar essa mensagem de volta ao rei!". O forte odor foi acompanhado da promessa de que ele retornaria, mas acompanhado de amigos, com o intuito de confrontar Apriés.
Ao voltar sem o inimigo do faraó, Patarbemis teve seu nariz e suas orelhas arrancadas. O fato desencadeou uma indignação coletiva, pois o mensageiro era muito querido e respeitado por todos, o que aumentou a força e popularidade de Amásis.
Ambos os exércitos se encontraram no campo de batalha em Momemphis, que concretizou a queda de Apriés. Amásis logo ocupou a cidade de Saís, capital do Egito e assumiu o reinando no final de 570 a.C. governando até aproximadamente 525 a.C.
Amásis manteve Apriés como prisioneiro, em forma de respeito, mas seus súditos exigiram o sangue do antigo rei egípcio. O atual soberano o entregou ao povo — que o executou. No entanto, Apriés teria sido sepultado em Sais (capital do Egito) com todas as honras de um faraó.
Pesquisadores apontam que Amásis tinha o hábito de beber diariamente e que ele tinha uma linguagem comum, sendo inapropriado para o cargo. O atual soberano teria ainda mandado para área pública uma bacia para vômitos e para lavar os pés. Mais tarde revelou que não se tratava de uma reverência aos deuses, como muitos acreditava, mas sim uma metáfora.
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